O mercado de fintechs da África tem se mostrado promissor na visão dos investidores em mercados de risco, embora o caminho a seguir esteja se mostrando incerto em meio a flutuações vistas pelo setor nos últimos anos.

Em 2021, o investimento em FinTech africanas atingiu o pico de US$ 2,4 bilhões, apenas para cair para US$ 1,2 bilhão em 2022 – muito por conta da queda de financiamento em nível global, que afetou todos os mercados.

Apesar dessa redução, as fintechs africanas responderam por 41% do financiamento total na África, ante 38% em 2021, e continuam sendo vistas como uma via das mais promissoras para o crescimento em um continente com mais de 50 países e territórios, mais de 3.000 idiomas e uma ampla gama de condições socoeconômicas.

E a mudança para soluções de pagamento transfronteiriças é uma das tendências mais avaliadas, não apenas para atender ao aumento de demanda, mas também para capitalizar as colaborações econômicas emergentes.

Essa mudança é impulsionada pela melhora na oferta de acesso à internet, dispositivos móveis e infraestrutura digital, muito por conta dos investimentos em conectividade realizados pela China, que chegaram a representar 8% do investimento estrangeiro direto total da China na África de 2000 a 2022.

Avanço em alta velocidade

O avanço tecnológico e as reformas regulatórias que devem remodelar o comércio global ajudam a puxar o avanço dos pagamentos transfronteiriços e, no caso da China, um dos destaques é a formação de Zonas Piloto de Livre Comércio, projetadas para aprimorar o comércio e a conectividade.

Desde a criação da Zona Piloto de Livre Comércio de Xangai em 2013, 21 zonas já foram lançadas em seis etapas, sendo que a África é atendida pela zona de livre comércio com a província de Hunan como porta de entrada para a diversificação do comércio entre as regiões para além das commodities básicas.

Influência chinesa

Ao mesmo tempo em que a China estrutura sua rede RMB para compensação de transações financeiras, as empresas do país avançam no fornecimento de infraestrutura e conexão para regiões da África.

Empresas como Huawei, ZTE e outras foram responsáveis pela estruturação da espinha dorsal tecnológica para as fintechs africanas, facilitando assim a disseminação de pagamentos digitais e mais conectividade entre mercados africanos e globais, em especial a China.

O comércio África/China ganhou agilidade com o Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço (CIPS), introduzido em 2015, que oferece transações internacionais mais rápidas e eficientes, com o potencial para o Renminbi Chinês (RMB) ganhar mais destaque em pagamentos globais.

Enquanto isso, as fintechs africanas estão capitalizando essa demanda ao oferecer soluções de pagamento transfronteiriço entre a África e a China, facilitando o acesso dos africanos ao mercado chinês e vice-versa.

Um destaque de tal cenário é o Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidações (PAPSS), que permite liquidações em tempo real entre países africanos em moedas locais, ignorando a necessidade de moedas estrangeiras e reduzindo os custos de transação.

Matéria elaborada a partir de artigo escrito por James e publicado no Medium.

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Last Update: 26/03/2025