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Bombardeio aéreo no centro. Foto CEDEM-Unesp

NUMA QUARTA-FEIRA, 5 DE JULHO, há exatamente um século, médios oficiais do Exército e da Força Pública, com apoio de setores populares, tomaram quartéis, estações de trem e edifícios públicos na cidade de São Paulo. Na sequência, expulsaram o governador Carlos de Campos da capital. Quatro dias depois, era instalado um governo provisório, que se manteria por pouco mais de três semanas. Nesse meio tempo, a metrópole em formação seria atacada por aviação militar, artilharia de canhões e tropas leais ao governo federal. O país vivia sob o estado de sítio da administração Arthur Bernardes (1922-1926).

Distribuição de alimentos na praça do Patriarca. Foto CEDEM-Unesp

BOMBARDEIOS TERRIFICANTES

O NEVOEIRO SE DISSIPARA. O céu estava claro, mas o frio seguia intenso no início da tarde da terça-feira, 22 de julho de 1924, em São Paulo. Uma profusão de casas e fábricas estava no chão, algumas ainda envoltas em fumaça espessa. Pessoas corriam pelas ruas carregando o que podiam para fugir de cenas que algumas viveram na Europa anos antes. Após dezessete dias de “bombardeios terrificantes” desfechados por baterias de canhões situadas na colina do bairro da Penha, na zona leste, uma combinação de roncos agudos vindos do céu agitava ainda mais uma população aterrorizada.

Revolucionários no Cambuci. Foto CEDEM-Unesp

A REPÚBLICA EM PARAFUSO

AQUELE ERA O DÉCIMO SÉTIMO DIA de um levante que entraria para a história como a Revolução de 1924. A rebelião que envolvia São Paulo desde 5 de julho era resultado de uma intrincada teia de tensões históricas. Suas raízes estavam no agravamento de profundos problemas sociais, no autoritarismo dos governos da República Velha e em descontentamentos nos meios castrenses, que já haviam desembocado no movimento tenentista, dois anos antes.

Um Breguet 14, com as insígnias francesas. Modelos como esse foram utilizados no bombardeio da capital paulista

CHUVA DE PAPEL

NO DIA 26, UMA NOVA INCURSÃO dos aviões assustou a população. Desta vez, não vieram bombas, mas uma chuva de panfletos, com a seguinte mensagem do ministro da Guerra, general Setembrino de Carvalho:

“Faço à nobre população de São Paulo apelo para que abandone a cidade. (…) Esta é uma dura necessidade que urge aceitar como imperiosa. (…) Espero que todos atendam a esse apelo para se pouparem aos efeitos das operações que dentro de poucos dias serão executadas”.

Com pouca munição, esgotados fisicamente e vislumbrando

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Última Atualização: 06/07/2024