Nesta sexta-feira (19), a partir das 16h, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará no Armazém do Campo, em São Paulo (SP), para uma reunião executiva com movimentos populares, sindicais e religiosos. O encontro, que não será aberto à imprensa, propõe um diálogo direto com os movimentos para debater pautas, avaliar o governo e cobrar propostas concretas.
Estarão presentes 60 organizações do campo popular ligadas às Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Entre os movimentos confirmados estão o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). As oito centrais sindicais, que apoiaram a eleição de Lula, trarão à mesa questões de emprego, renda e direitos para a população sem carteira assinada.
Na próxima sexta-feira, um encontro de grande importância acontecerá entre os movimentos sindicais, populares e religiosos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião, que já vinha sendo planejada há tempos, reflete a inquietação dos movimentos sobre suas expectativas em relação ao governo.
João Pedro Stédile, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), organização anfitriã do encontro, expressou em seu comentário à Rádio Tutameia a urgência de acelerar a implementação de políticas públicas que atendam às necessidades da população, especialmente os mais pobres e os trabalhadores informais. Segundo ele, embora o governo tenha mantido a inflação sob controle e aumentado os salários, os benefícios dessas medidas ainda não chegaram à parcela da população que mais precisa.
“Há uma inquietação muito grande porque, nos últimos dois anos, os movimentos populares se engajaram para eleger Lula e derrotar o fascismo. Todos nós temos consciência das dificuldades. Emergiu um governo de frente ampla, houve aliança com setores da burguesia, inclusive agrária, que se somaram à luta antifascista. Isso é positivo, mas precisamos ver resultados concretos na base,” disse Stédile.
Stédile ressaltou que, apesar do diálogo frequente com os ministérios, falta determinação política e ousadia para retomar grandes programas que sensibilizem as massas. Ele destacou a gravidade da crise econômica e ambiental, mencionando a tragédia no Rio Grande do Sul e a queima de 10% do Pantanal. “Os movimentos populares estão preocupados com a necessidade urgente de fazer com que a boa vontade de Lula e as políticas públicas cheguem às bases para resolver os problemas concretos da população.”
Os movimentos populares urbanos levantarão temas como moradia, saúde, educação e transporte, defendendo a ideia de tarifa zero para o transporte público, já implementada em 130 cidades brasileiras. No campo, os desafios incluem a paralisação da reforma agrária e a necessidade de aumentar a produção de alimentos.
Os movimentos religiosos, que atuam diretamente nas periferias, também estarão presentes. “São eles que sentem na pele os problemas do nosso povo,” afirmou Stédile, citando o exemplo do padre Júlio Lancelotti, conhecido por seu compromisso com a população de rua em São Paulo.
Ao final da reunião, haverá um período reservado para o registro de imagens, e jornalistas poderão fazer perguntas para representantes do governo federal e dos movimentos.
No sábado (20), o presidente Lula tem uma agenda com o pré-candidato ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos, em ato de formalização da candidatura do psolista.
Serviço:
- Data: sexta-feira, 19 de julho
- Horário: 16h
- Local: Armazém do Campo, na Alameda Nothmann, 806, Campos Elísios, São Paulo (SP)