O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs, na sexta-feira 26, a criação de um programa chamado “Pé-de-Meia” a nível estadual.
A declaração foi feita durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), onde o governo apresentou os resultados e a lista de projetos contemplados pelo novo PAC Seleções, que abrange áreas como assistência social e mobilidade urbana. Os investimentos, segundo o governo, serão da ordem de 41,7 bilhões de reais. O evento contou com a presença de governadores.
O petista expressou confiança em chegar ao número de quatro milhões de jovens contemplados pelo Pé-de-Meia, que destina recursos para estudantes do ensino médio beneficiados pelo Bolsa Família.
“Nós vamos chegar a quatro milhões de jovens. E um estado como São Paulo vai receber Pé-de-Meia para 550 mil estudantes. Eu vou propor ao Haddad para que, na renegociação da dívida dos estados, uma forma dos estados pagarem o que devem é fazer o Pé-de-Meia estadual para complementar os estudantes que não foram contemplados pelo CadÚnico”, afirmou.
Segundo Lula, esse seria “um jeito bom de gastar dinheiro, investindo na educação”.
A proposta de incluir um “Pé-de-Meia” estadual no marco da renegociação não é à toa. No início do mês, o governo assinou um pacto com os estados, buscando criar condições favoráveis para que o Congresso aprove um projeto de lei que pode facilitar os termos da renegociação dos débitos dos entes com a União.
Ainda no evento de hoje, ao tratar da relação entre o Executivo e os governadores, Lula disse que considera importante “trazer o Brasil de volta à civilidade”.
“A civilidade significa que os entes federados precisam construir parceria. Significa que eles têm que trabalhar juntos, que um depende do outro. Significa que, juntos, a gente pode fazer muito mais que separados. Por isso que a gente chama as pessoas aqui, porque queremos compartilhar”, disse o petista.
Essa não é primeira vez, nos últimos tempos, que Lula lança críticas mais diretas a respeito da postura de governadores de oposição. Na semana passada, em um evento no interior de São Paulo, ele criticou o mandatário paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que estaria evitando, na visão do petista, participar de eventos ao seu lado.