O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Lira, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP

O esquema de espionagem ilegal da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro inclui na sua lista alvos como o atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Lira, e o senador Renan Calheiros, adversário do então mandatário. Além deles, outros parlamentares, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e jornalistas também foram monitorados.

Segundo diálogos obtidos pela Polícia Federal, que motivaram a operação Última Milha, que desde 2023 apura o uso ilegal de sistemas da Abin para espionar adversários de Bolsonaro, o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também teve sua movimentação monitorada. A ordem contra ele partiu do próprio ex-chefe da agência, Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal e pré-candidato à Prefeitura do Rio.

Os diálogos dos alvos da operação também revelaram a espionagem de escritórios de advocacia, deputados e senadores do PP e MDB, além de adversários políticos de membros da Esplanada dos Ministérios. Havia ainda ações clandestinas contra Alexandre de Moraes e Roberto Barroso, do STF, “com o escopo de questionar a credibilidade do sistema eleitoral”.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Veja a lista de desafetos políticos de Bolsonaro monitorados no esquema ilegal:

  • Poder Judiciário: ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux.
  • Poder Legislativo: o atual presidente da Câmara, Eduardo Lira, o deputado Kim Kataguiri e os ex-deputados Rodrigo Maia, que foi presidente da Câmara, e Joice Hasselmann. E os senadores: Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, que integravam a CPI da Covid no Senado.
  • Poder executivo: João Doria, ex-governador de São Paulo e servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges, auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.
  • Jornalistas: Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.

A PF realizou uma operação nesta quinta contra ex-servidores da Abin e influenciadores do “gabinete do ódio”. Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP).

Foram presos Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército e foi cedido à Abin; Matheus Sposito, assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão Bolsonaro; Marcelo de Araújo Bormevet, ex-segurança e chefe do Centro de Inteligência Nacional (CIN) da Abin; e Richards Dyer Pozzer, empresário investigado por espalhar fake news.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link

Siga nossa nova conta no X, clique neste link

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 11/07/2024