O dragão e o elefante agradecem a Trump
Tarifas de Trump aceleram união da China (dragão) e Índia (elefante); ao eixo do Oriente se soma o urso (Rússia)
Por Marcos de Oliveira, no Monitor Mercantil
O título é um tanto exagerado, claro; afinal, China (dragão) e Índia (elefante) vêm aparando arestas e estreitando relações há certo tempo, como é de se esperar de 2 das civilizações mais antigas do mundo. Mas as tarifas impostas por Trump colaboraram para acelerar as negociações.
Fato é que o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, se encontraram neste domingo na cidade portuária de Tianjin (China), antes da Cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) de 2025. É a primeira visita de Modi em 7 anos.
Xi reforçou que a China e a Índia são parceiras de cooperação, não rivais, e que os dois países representam oportunidades de desenvolvimento um para o outro, e não ameaças.
Cai Qi, membro do Comitê Permanente do Birô Político do Comitê Central do PCCh e membro do Secretariado do Comitê Central do PCCh, destacou a reunião “frutífera” e que os 2 líderes alcançaram novos consensos importantes sobre o desenvolvimento das relações bilaterais.
Modi disse que ele e Xi chegaram a novos consensos importantes sobre o desenvolvimento de longo prazo das relações entre Índia e China. “A Índia saúda a retomada do mecanismo de intercâmbio e cooperação interpartidários”, observou.
“A cooperação entre nós está ligada aos interesses de 2,8 bilhões de pessoas de nossas duas nações. Isso também abrirá caminho para o bem-estar de toda a humanidade”, ressaltou o primeiro-ministro indiano, que convidou Xi para a Cúpula do Brics que a Índia sediará em 2026.
O comunicado chinês acrescenta que Modi afirmou que a cooperação entre Índia e China tornará o século 21 um verdadeiro “século asiático”.
Ao dragão e ao elefante se soma o urso (Rússia). Vladimir Putin não só é um dos 20 líderes de países presentes à Cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX, ou SCO, na sigla em inglês), como tem lugar de destaque: na foto de grupo oficial, aparece à direita de Xi (Peng Liyuan, esposa do presidente chinês, está à esquerda).
Indonésia sob ataque
A Indonésia parece ser alvo de um “golpe colorido” (revolução é outra coisa). Christian Lamesa, especialista em geopolítica, disse à Sputnik que, embora oficialmente a mobilização seja atribuída a protestos contra a corrupção, a crise tem sido interpretada por alguns como parte de um padrão recorrente de desestabilização promovida por forças externas.
“Não é por acaso que isso está acontecendo justamente agora, quando a Indonésia se aproxima do Brics e da Organização de Cooperação de Xangai [OCX]”, afirma Lamesa.
Leia também
Chris Hedges: A traição aos jornalistas palestinos
VÍDEO: Maduro adverte Trump que Rubio quer guerra sangrenta
SJSP, Fenaj e Abraji repudiam ataque de Ciro Nogueira a jornalista do ICL