Em 2 de julho de 1915, faleceu em Paris o militar e ditador mexicano José de la Cruz Porfirio Díaz Mori. O general Porfirio Díaz teve um papel de destaque na história política do México na segunda metade do século XIX e início do século XX, tendo sido presidente entre 1876 a 1880 e de 1884 até 1911, período que ficou conhecido como porfiriato.
A ascensão de Porfirio Díaz no Estado mexicano advém de sua participação nas guerras do século XIX, como a Guerra da Reforma (17/12/1857 a 11/1/1861), ocasião em que se torna general, e a guerra contra Imperador Maximiliano I em 1867, a quem Napoleão III da França e suas tropas queriam coroar no trono mexicano, de acordo com seus interesses. Díaz ganha assim a simpatia e a confiança da burguesia mexicana, mas em particular da burguesia imperialista norte-americana em formação, tornando-se seu homem de confiança.
Estabeleceu uma ditadura bonapartista durante seu segundo governo, o mais longevo, de quase 30 anos, apoiado nas forças armadas, nos latifundiários mexicanos e na burguesia norte-americana, sendo uma espécie de governo colonial. Esse período da história mexicana (1884-1910) ficou conhecido como porfiriato ou a “paz porfiriana”. Sem guerras civis e estabelece um período de relativa estabilidade política no México, porém é a “paz” da ditadura sobre o povo.
O porfiriato estabelece uma dura repressão contra os adversários políticos e contra todas as iniciativas das trabalhadoras, reprimindo duramente as greves e manifestações. O governo chegou a aprovar uma lei de fuzilamento para fugitivos, utilizadas para justificar o assassinato de inimigos políticos.
Do ponto de vista econômico, o México tornou-se uma colônia dos Estados Unidos, da Inglaterra, Alemanha e da França, países que mais investiam na economia mexicana. Toda a infraestrutura (trens, portos, telégrafos e telefones), mineração, petróleo, têxteis, plantações e indústria tinham a preponderância do capital estrangeiro, favorecido pelo governo, o que gerava uma situação de dependência desse capital e de paralisia do desenvolvimento industrial próprio. Ainda, seu governo fornecia mão de obra quase escrava e um governo ditatorial disfarçado de democracia, que atuava violentamente na defesa dos monopólios norte-americanos e europeus, além dos latifundiários e capitalistas nacionais.
Embora se destaque a modernização do México nesse período, do ponto de vista da situação das massas a conjuntura era crítica: o salário médio trabalhador rural era de 20 a 25 centavos de dólar por dia. A concentração de renda era absurdamente alta, talvez a maior do mundo na época, o que elevava as tensões sociais. No final de seu mandato, 97% das terras aráveis estava nas mãos de 1% da população, os latifundiários, 95% dos camponeses deixaram a terra para se tornar operários miseráveis nas cidades ou funcionários semi-escravos nas fazendas. O governo reprimia brutalmente todas a luta popular, camponesa e operária.
O ódio ao governo Porfírio é crescente na sociedade mexicana e a situação econômica, sobretudo após a crise da bolsa de Wall Street de 1907, que repercutiu na economia mexicana, causando uma onda de desemprego, esse foi um dos móveis para a grande revolução de 1910, que levou ao poder Francisco Ignacio Madero González em 1911, como resultado da mobilização das massas com armas nas mãos. Porfirio Díaz é deposto e foge do México em 1911 para Paris, morrendo quatro anos depois. Um servo do imperialismo que atuou contra seu povo em favor dos poderosos.