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O delegado do Partido Comunista da Palestina, em seu discurso à Terceira Internacional, apresentou erros políticos graves. As primeiras duas partes do discurso, publicadas no Diário, mostravam denúncias ao imperialismo britânico que colonizava a Palestina desde 1917. No entanto, a terceira parte do discurso, publicada aqui, apresenta uma análise influenciada pelo stalinismo, que havia tomado o controle da Internacional.
A Revolução de 1936 foi um movimento revolucionário que envolveu toda a Palestina. O imperialismo levou 3 anos para esmagar a revolução em sangue. Nessa conjuntura, um partido combativo teria crescido muito. No entanto, o que aconteceu foi que um aristocrata dirigiu o movimento após o líder político palestino principal ser assassinado pelos sionistas.
O discurso tem um valor histórico e, por isso, o Diário Causa Operária o repõe aqui.
“A influência do nosso partido no movimento de massa em desenvolvimento no país foi insignificante. Isso ocorreu porque a liderança do partido fundamentalmente não entendeu a questão nacional da Palestina, o caráter nacional-liberacionista e agrário do movimento revolucionário. Não acreditava no potencial revolucionário das massas árabes, que, de acordo com as instruções do Comintern, são as forças motrizes básicas na luta nacional-liberacionista e na revolução camponesa da Palestina. O partido estava isolado no círculo restrito de trabalhadores judeus, rejeitando o trabalho entre os trabalhadores árabes, rejeitando o movimento de libertação das massas árabes.”
A liderança do partido sabotou a concretização da arabização do CP da Palestina, escondendo-se sob o slogan “arabização mais bolchevização”. Independentemente da resolução do sétimo congresso do Partido em 1930, de se voltar na direção da arabização, o partido não implementou a resolução, mas continuou a executar a linha política e organizacional anterior e condenada.
No entanto, como resultado da atividade do partido, foi possível estabelecer vários quadros de camaradas árabes que, nos anos subsequentes, se encontrariam temperados nas situações mais difíceis, que poderiam se tornar líderes no partido, nos sindicatos e no movimento nacional.
O partido regularmente emitia seu jornal partidário, por exemplo, em árabe e hebraico, imprimia e distribuía folhetos e também liderava várias greves. Após a derrota dos oportunistas na liderança do CP Palestina, ou seja, a partir do início de 1935, o partido foi capaz de alcançar significativamente mais sucessos.
Somente no curso do desenvolvimento do trabalho entre as amplas massas dos trabalhadores árabes pode o Partido Comunista da Palestina firmemente se manter e se transformar em um partido realmente de massa do proletariado palestino.
A tarefa não é ignorar, mas entrar nos sindicatos reformistas, realizar um trabalho minucioso e persistente para ganhar as massas para o lado do partido. Nossa tarefa não é ignorar os elementos revolucionários nacionais e reformistas nacionais, mas ir até eles, organizar com eles uma frente unida com base numa luta resoluta contra o imperialismo inglês pela independência da Palestina.
O partido deve ao mesmo tempo voltar-se para as amplas massas de felas e beduínos. Organizando sindicatos camponeses, comitês de trabalhadores diaristas, ficando cada vez mais próximos das necessidades dos felas, beduínos, usando amplamente toda insatisfação dirigida contra o imperialismo inglês, os sionistas e os feudais.
Nossa tarefa é educar a juventude na Palestina em um espírito revolucionário, despertar neles um ódio implacável ao imperialismo inglês, ao sionismo, educando-os simultaneamente no espírito do internacionalismo e do amor pela URSS.
A arabização do Partido Comunista da Palestina de maneira nenhuma significa um relaxamento, mesmo por um minuto, do trabalho entre os trabalhadores e camponeses judeus. Não. Reconstruindo nossa liderança político-organizacional, devemos com particular força e energia notar que a luta contra o sionismo e pela conquista das massas judaicas de sua influência foi e continua sendo uma das principais tarefas do nosso partido.
Nossas tarefas são uma luta implacável contra a tendência sionista de grande poder e contra o chauvinismo árabe local. Em luta implacável contra essas tendências, tanto na teoria quanto na prática, nosso partido se fortalecerá e se tornará preparado para a batalha.