Depois de 15 meses de guerra, Israel e o Hamas chegaram a um cessar-fogo [que logo foi descumprido por Israel]. Al Jazeera analisa o impacto [dos custos] sobre a vida humana.

467 dias se passaram desde que Israel começou sua guerra contra os palestinos em Gaza. Trata-se de mais de 15 meses de bombardeios diários, mortes, feridos, deslocados e famintos.

A investida israelense começou em 7 de outubro de 2023, depois de um ataque no sul de Israel conduzido grupo palestino Hamas.

Mais de 1.100 pessoas foram mortas nos ataques e cerca de 240 foram levadas ao cativeiro. Muitos dos capturados foram libertos em uma troca de prisioneiros em novembro de 2023 ou foram mortos durante subsequentes ataques israelitas.

Israel começou uma brutal investida com ataques aéreos depois dos ataques e reforçou ainda mais seu bloqueio no enclave, que está em vigor desde 2007.

46.707 palestinos mortos

Nos últimos 15 meses, pelo menos 46.707 pessoas em Gaza foram mortas, o que inclui cerca de 18 mil crianças. O número de mortos indica que uma a cada cinquenta pessoas foram mortas em Gaza. Muitos analistas e grupos de direitos humanos acreditam que o número real de mortos é muito maior.

Apesar das condenações globais e dos apelos de organizações internacionais e grupos de direitos humanos, Israel continuou uma campanha de punição coletiva no enclave sitiado, em que metade da população está abaixo dos 18 anos. Fazendo isso, Israel eliminou várias gerações de famílias do registro civil.

Mais de 100 mil pessoas feridas

Pelo menos 110.265 pessoas ficaram feridas em Gaza como resultado da guerra. Trata-se de uma em cada 20 pessoas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente um quarto dos feridos, uma estimativa de 22.500 pessoas, tiveram lesões que alteraram suas vidas, mas não estão recebendo reabilitação. As lesões graves dos membros são o principal tipo de lesão necessitando reabilitação.

De acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos, todos os dias 10 crianças perdem uma ou ambas as pernas em operações e amputações conduzidas com pouca ou nenhuma anestesia devido ao bloqueio de Israel.

O Ministro da Saúde palestino declarou que até o final de 2024, houve pelo menos 4.500 amputações.

Além das vítimas confirmadas, teme-se que milhares de pessoas estejam soterradas sob os escombros. Com poucas ferramentas para remover os escombros e resgatar as pessoas presas debaixo do concreto, voluntários e trabalhadores da Defesa Civil palestina confiam em suas mãos desprotegidas. Não existe um modo de saber quantas pessoas faleceram sob os escombros.

Estima-se que 85 mil toneladas de explosivos foram lançados em Gaza, de acordo com a Autoridade para a Qualidade Ambiental da Palestina. Especialistas previram que poderia levar mais de uma década para limpar os destroços deixados pelas bombas, que totalizam mais de 42 milhões de toneladas, de acordo com o Programa de Desenvolvimento da ONU. Além do trabalho de remoção dos escombros, existe o risco de lidar com bombas não detonadas.

Gaza está faminta

Sob o Estatuto de Roma, um tratado que institui o Tribunal Penal Internacional, deixar intencionalmente uma população passando fome é um crime de guerra quando cometido durante um conflito armado.

Uma investigação conduzida por Fault Lines da Al Jazeera descobriu que Israel tem sistematicamente negado ajuda humanitária e água às pessoas famintas em Gaza.

Em janeiro, a agência humanitária das Nações Unidas declarou que os esforços para fornecer ajuda humanitária em Gaza estão em um “ponto de ruptura”.

Israel restringe fornecimentos de ajuda humanitária e tem conduzido ataques contra trabalhadores humanitários, criando uma população faminta e fortemente dependente da ajuda externa.

Pelo menos oito bebês também morreram de hipotermia, enquanto palestinos em Gaza lutam para sobreviver em abrigos inadequados para o clima de inverno.

Aproximadamente 1,9 milhão de pessoas em Gaza estão deslocadas internamente, das quais cerca de 80% estão vivendo em abrigos improvisados sem um vestuário adequado ou proteção do frio.

As agências da ONU estimam que cerca de meio milhão estão em zonas de risco alimentar. Autoridades em Gaza disseram que cerca de 110 mil de 135 mil tendas utilizadas como abrigos na Faixa de Gaza estão gastas e não servem para uso.

Original em Al Jazeera

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Last Update: 24/01/2025