Uma pesquisa realizada pela Ticket, marca da Edenred Brasil, revelou que o aumento no preço médio do almoço fora de casa superou o crescimento do salário mínimo nos últimos cinco anos.
O levantamento, que analisou mais de 4,5 mil restaurantes em todo o país, mostra que o valor médio de uma refeição completa – com prato principal, bebida, sobremesa e cafezinho – passou de R$ 34,62 em 2019 para R$ 55,11 em 2024, representando um acréscimo de 59%.
No mesmo intervalo, o salário mínimo subiu de R$ 998 para R$ 1.444, um aumento de 45%, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O impacto desse aumento é maior para quem recebe um salário mínimo, comprometendo 72% da renda mensal com as refeições de segunda a sexta.
Para quem ganha três salários mínimos, essa porcentagem é de 23%, enquanto quem recebe cinco salários mínimos destina cerca de 14% da renda ao almoço.
Luciana Silva, Diretora de Produtos da Ticket, destaca que o descompasso entre o preço das refeições e o aumento salarial evidencia a pressão sobre o orçamento dos trabalhadores.
Ela também reforça a importância do benefício de refeição oferecido pelas empresas para garantir o acesso a uma alimentação adequada durante o expediente.
Segundo o estudo, uma pessoa sem vale-refeição gastaria R$ 1.041,19 por mês para almoçar fora de casa cinco dias por semana, considerando um mês com quatro semanas.
Se somarmos o custo médio da cesta básica, estimado pelo DIEESE em R$ 714,29, o valor total atinge R$ 1.755,48, superando em 25% o salário mínimo atual.
Na análise regional, o Sudeste é a região onde as refeições pesam mais no orçamento, comprometendo 78% do salário mínimo.
No outro extremo, as regiões Norte e Centro-Oeste registram os menores impactos, com 65% do salário destinado ao almoço.
Região | Valor médio da refeição | Salário mínimo comprometido |
Nacional | R$ 55,11 | 72% |
Nordeste | R$ 52,39 | 69% |
Norte | R$ 48,71 | 65% |
Centro-Oeste | R$ 48,51 | 65% |
Sudeste | R$ 56,29 | 78% |
Sul | R$ 51,39 | 70% |