Prezados leitores, escrevo este texto em um momento histórico crucial do século 21, em que vários povos oprimidos estão demonstrando coragem para resistir às mãos visíveis do imperialismo em seus territórios. Em geografia, o conceito de território é definido como a soberania total das leis, cultura e modelo político do povo sobre o espaço que lhe pertence.

Aqui, não farei juízo de valor sobre como atua cada força setentrional, meu objetivo é analisar como alguns países da África subsaariana ou África negra estão se rebelando contra o poder colonial que lhes rouba riquezas e lhes devolve miséria, desde o século 19. Parece-me que isso ocorre muito após a retirada do exército estadunidense após 20 anos de ocupação assassina no Afeganistão, retirada essa que ocorreu graças a uma vitória espetacular do Talibã sobre o Tio Sam, no Oriente Médio, a Palestina resiste com bravura ao massacre que a OTAN vem fazendo contra seu povo desde o “basta” que o Hamas deu ao Estado fictício de Israel em outubro de 2023.

A OTAN foi criada para fazer guerra aos países aliados da URSS, em contraponto ao Pacto de Varsóvia, com o fim da União Soviética em 1991, qual é o motivo da OTAN continuar existindo.

Cientistas políticos mais eruditos chamam esses massacres de exércitos poderosos contra civis de “guerras assimétricas”, mas como não sou um intelectual acadêmico prefiro usar o termo real que é massacre, pois não há como denominar de outra forma sanguinários que matam, estupram e torturam civis diariamente sem a menor lágrima de humanidade. Massacrar povos é a bíblia sagrada dos países desenvolvidos, o capitalismo é um modo de produção que já teria sido superado, caso não procedesse dessa forma.

Sempre vale ressaltar que 1% dos habitantes do Planeta Terra controlam mais riquezas que os outros 99%. Logo, o grupo terrorista mais cruel que temos é o dos capitalistas.

Está em marcha há algum tempo a luta de muitos países da África ao sul do deserto do Saara contra seus carrascos e no momento assistimos a basilares rebelações desde a Conferência de Berlim (1884-1885) onde os países industrializados fizeram um pacto de exploração econômica, logo social, da África. Que explicarei detalhadamente na segunda parte do artigo.

Dividindo-a entre as potências econômicas no que os historiadores costumam chamar de “neocolonialismo”, já que o colonialismo inicial teria sido o dos Europeus sobre o continente Americano. Prefixos novos para problemas velhos são firulas de escritores não-marxistas para complicar o entendimento da maior parte da população sobre temas de alta relevância com complexidades gramaticais.

Como marxista, uso apenas colonialismo ao me referir às dominações das vítimas pelos algozes!

Da Conferência de Partilha da África, organizada pelo chanceler alemão Otto Von Bismarck, participaram as grandes potências europeias do final do século 19, também o Império Otomano e como não poderia deixar de ser diferente, em se tratando de covardia, os Estados Unidos da América. A divisão do poder sobre o Continente Africano foi um dos principais fatores que desencadeou a 1ª Guerra Mundial, devido a alguns países se sentirem “injustiçados” com a fatia da África que lhes tocou furtar.

Foram signatários da ata final da Conferência de Berlim: Inglaterra, França, Áustria, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Itália, Países Baixos, Suécia-Noruega e o Império Otomano.

Portugal acabou não assinando o acordo final.

Entre as principais decisões tomadas, cada país pertenceria a quem efetivamente o “colonizasse” (o que evidentemente desagradou portugueses e espanhóis), tornar o Rio Congo e todos seus afluentes em “área de livre comércio europeia”, mas uma das resoluções mais risíveis era de incentivar o fim da escravidão e respeitar a cultura e religião dos povos africanos. Ora, nessa fase do capitalismo era necessário que o escravo fosse transformado em escravo assalariado, como somos nós trabalhadores no capital, gerando a produção de mais-valor e também um irrisório mercado consumidor local, apenas para acontecer uma das premissas básicas do marxismo, que é pagar salário em dinheiro, vender mercadoria em dinheiro e transformar dinheiro em capital.

Mas o foco fundamental, era saquear os recursos minerais e humanos da África para torná-los produtos de alto valor agregado para mercados e também para manter uma vida de luxo da burguesia mundial à custa da miséria dos proletários, estarei me referindo ao século 19 ou ao ano de 2024?

Na marra, os exportadores de democracia do globo terrestre se apropriaram de 9 milhões de quilômetros² africanos, que correspondem atualmente a 48 países na prática ainda colônias do império dos grandes capitalistas, causando para as populações que aí vivem os piores índices de desnutrição, falta de água, saneamento, eletricidade etc. E transformando está região da Terra com a maior taxa per capita de analfabetismo e AIDS. Imagino que ONG’s “Pilantrópicas” como o “médicos sem fronteiras” se doarem preservativos saborizados para um africano, o sujeito vai preferir ingeri-los de tanta fome que têm.

Reitero minha total repugnância a toda esquerda namastê que acha que lutar pelos oprimidos é ter “mulher negra no STF”, apoiar criminosos de guerra como Obama e Kamalla Harris para presidirem o país mais poderoso do mundo.

Com a política superficial que defendem pessoas de intelecto delirante, acaba-se em nome do “empoderamento” transformando alguns negros poderosos em capitães do mato, só isso. Para o próposito da política imperialista se governar Bush, Clinton, Obama, Trump ou Kamala dará na mesma, já que todos vão rezar a cartilha de seus patrões do mercado financeiro, a dúzia de grupos que efetivamente mandam no mundo. Um guri de 10 anos entende isso, já os nossos “decolonistas” de gabinete não conseguem.

Lutar por todos os povos oprimidos não é um dever apenas comunista, é um dever humano.

Encerro a primeira parte deste escrito citando um provérbio africano:

“Enquanto só os caçadores contarem a história, jamais conheceremos a versão dos leões.”

Continua…

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Última Atualização: 27/08/2024