O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, chegou à China para discutir como o país pode ajudar a acabar com a guerra com a Rússia.
A China apresenta-se como um ator neutro no conflito e destaca que não envia ajuda a nenhum dos lados, ao contrário dos Estados Unidos e de outras nações ocidentais.
No entanto, sua aliança com a Rússia levou a Otan a acusar Pequim de ser um facilitador decisivo da ofensiva de Moscou contra a Ucrânia, que o país nunca condenou.
A visita de Kuleba é a primeira à China desde o início da guerra em fevereiro de 2022.
As autoridades ucranianas dizem que a viagem se concentrará em abordar formas de impedir a agressão russa e o possível papel da China na obtenção de uma paz justa e sustentável.
A China disse que as conversas se concentrariam na promoção da cooperação sino-ucraniana e outras questões de interesse comum.
“Do lado da paz”
A China sempre acreditou que um cessar-fogo rápido e um entendimento político servirão aos interesses comuns de todas as partes.
A China continuará do lado da paz e do diálogo.
A China tentou posicionar-se como mediadora na guerra e mandou à Europa seu enviado especial para assuntos eurasiáticos em diversas ocasiões.
O presidente chinês, Xi Jinping, disse que as potências mundiais tinham de ajudar a Rússia e a Ucrânia a reiniciar as negociações.
A China também publicou um documento apelando a uma solução política para o conflito, mas recebeu críticas ocidentais por permitir que a Rússia mantivesse parte do território ucraniano invadido.
Alexander Gabuev, diretor do Carnegie Russia Eurasia Center, acredita que Kiev aproveitará esta semana para tentar convencer a China a participar de uma segunda cúpula de paz.
A China tornou-se um apoio político e econômico crucial para uma Rússia isolada pelo Ocidente desde o início da invasão.
Pequim pode aproveitar esta visita de Kuleba para obter uma compensação em troca da participação na segunda cúpula de paz.
A China pode aproveitar o interesse ucraniano em uma segunda cúpula de paz para escapar às sanções dos países ocidentais.