O Brasil ganhou destaque nos principais veículos de imprensa dos Estados Unidos e da Europa entre os dias 29 e 30 de julho. Em meio ao agravamento das disputas tarifárias com os EUA e à aproximação da COP30, o país foi retratado tanto como alvo de pressões econômicas quanto como um ator estratégico que busca protagonismo global. Confira o que disseram os jornais e revistas internacionais.

Tensões tarifárias com os EUA dominam noticiário norte-americano
A cobertura mais recorrente nos Estados Unidos diz respeito à imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, decretada pela gestão de Donald Trump. A medida já tem reflexos econômicos e jurídicos.
A Reuters revelou que o aumento de tarifas deu novo fôlego a desafios legais contra o presidente norte-americano. Especialistas argumentam que ele pode ter excedido seus poderes ao aplicar sanções comerciais sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA).
Ainda segundo a Reuters, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que o crescimento do Brasil pode ser severamente impactado pelas tarifas, com a projeção de PIB para 2025 caindo de 3,4% para 2,3%. O agronegócio é um dos setores mais atingidos.
O CEO da gigante de cafés JDE Peet’s ainda declarou à Reuters que consumidores americanos podem pagar mais caro pelo café se as tarifas se mantiverem. O Brasil é um dos principais fornecedores do grão.
Já o site especializado em commodities Fresh Fruit Portal informou que exportadores brasileiros de frutas já enfrentam prejuízos, com embarques redirecionados da América do Norte para a Europa ou absorvidos no mercado interno, o que pode provocar queda de preços e perdas produtivas.
O Wall Street Journal destacou que os produtores brasileiros de suco de laranja estão entre os mais afetados. Com os EUA sendo o destino de 42% das exportações do produto, a tarifa de 50% pode causar perdas de até US$ 792 milhões anuais, ameaçando até o abandono das colheitas.
Já a revista Foreign Policy publicou o artigo “Is Brazil’s Underdog Era Coming to an End?”, sugerindo que o Brasil estaria superando o chamado “complexo de vira-lata” e adotando uma postura mais confiante na política internacional. A análise valoriza a reação firme do governo Lula às pressões externas.
Em outra frente, a Reuters noticiou que a empresa Opera apresentou queixa contra a Microsoft ao CADE, alegando práticas anticoncorrenciais no mercado de navegadores no Brasil. A matéria destaca o fortalecimento dos órgãos reguladores brasileiros.

Europa vê Brasil como ator autônomo na geopolítica global e COP30 também gera repercussão
Na Europa, a cobertura teve tom mais diplomático e analítico. Em carta publicada no Financial Times, o ex-embaixador chileno Jorge Heine afirmou que o Brasil representa hoje um modelo de “não-alinhamento ativo” — rejeitando submissões tanto aos EUA quanto à China. Segundo ele, o país sul-americano adota “uma diplomacia madura e estratégica”.
Também na Reuters, analistas europeus apontaram que o Brasil enfrenta a pior situação tarifária do mundo atualmente, sendo alvo de sanções motivadas mais por disputas políticas do que por desequilíbrios comerciais.
Já a AP News e a US News repercutiram a escolha de Belém (PA) como sede da COP30, destacando o simbolismo da Amazônia e a tentativa do Brasil de colocar a justiça climática no centro da agenda global.
O The Guardian destacou os desafios logísticos enfrentados por Belém para acomodar os participantes da COP30. A reportagem apontou a alta dos custos de hospedagem e as medidas tomadas pelo governo brasileiro, como a disponibilização de navios de cruzeiro para abrigar visitantes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também se manifestou ao lado do governo brasileiro na abertura da conferência sobre clima e saúde em Brasília, evento preparatório da COP30. A reunião reforçou o papel do Brasil na conexão entre meio ambiente e direitos sociais.
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