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O povo brasileiro precisa sonhar em grande
por Francisco Celso Calmon
Em vez de discutir filosofia, precisamos abordar o problema jurídico e político. Não é sobre quais direitos são essenciais, mas sim como garantir que sejam respeitados e não sejam violados. (Norberto Bobbio).
O Congresso tem se esforçado para impor uma agenda que ataca a classe trabalhadora, retirando seus direitos e precarizando o trabalho, a vida da mulher e a juventude.
Meu ideal político é a democracia, para que todo homem seja respeitado como indivíduo e nenhum seja venerado. (Albert Einstein).
Na geração 68, combatemos o culto à personalidade e o personalismo, recuperando as eleições diretas e substituindo valores de conteúdo pelo invólucro. A forma passou a ser mais importante do que a substância.
A cultura e o analfabetismo político, aliados à gênese do mundo virtual, espraiaram-se, a leitura e os debates desapareceram, e o simplismo nas redes sociais predomina.
Recentemente, li um ativista ser chamado de “tutor da democracia”, o que é surpreendente! Expressões como “nosso chefe, nosso grande líder, o pai dos pobres” desqualificam cada um e todos como sujeitos da história.
A democracia é um governo do povo, não um modelo único e fechado. Varia de acordo com o país, a história, a cultura e a correlação de forças.
A Inglaterra tem uma democracia monarquista, os EUA têm uma democracia em que o voto popular não é o determinante, e existem democracias parlamentaristas e presidencialistas.
Na sua gênese, a democracia era exercida nas praças pelos cidadãos. “A praça é do povo, como o céu é do condor”, disse um poeta. A praça ficou pequena, as separações de classe aumentaram, e a forma indireta passou a prevalecer.
A democracia representativa é a democracia das elites. A elite política representa os segmentos sociais e econômicos.
A pirâmide da democracia representativa terá sempre o ápice para poucos, uma minoria, uma elite. Por mais que seja aumentada a estrutura de poder da democracia representativa, ela terá, inevitavelmente, o cume estreito.
Se a praça física ficou pequena, a praça virtual é, em princípio, infinita. Através da tecnologia, todos são alcançáveis, portanto, potenciais participantes de decisões.
Construir a democracia participativa é levar o modo de ser democrático a estender sua capilaridade aos locais de trabalho, estudo, moradia e, sobretudo, aos organismos representativos.
Construí-la é criar mecanismos de participação decisória em todas as faixas da pirâmide. De baixo para cima e de cima para baixo.
Sem uma democracia organicamente participativa, os direitos dos trabalhadores serão sempre vulneráveis e a esquerda perseguida.
Democracia e capitalismo coexistem por um tempo, mas não por todo tempo, pois enquanto a democracia é pela descentralização do poder e da renda, o capitalismo é pela concentração de renda e poder.
A premissa primeira é o povo sonhar para além do café, almoço e janta. Um sonho do seu país ideal, onde se sentirá feliz.
A segunda premissa é ter todas as forças de esquerda engajadas na realização desse sonho.
A terceira é a realização de um acordo de partidos, entidades e movimentos sociais, para discutir e estabelecer uma estratégia de longo prazo.
Sem sonhar, não haverá motivação de fôlego. Os trabalhadores, mulheres, negros, tendo um sonho de um novo país, acreditando na viabilidade de tornar o sonho realidade, se sentido protagonista do sonho e da estratégia de concretização, estará em condições para perseguir cada tática com o foco-guia da estratégia do sonho.
Não é necessário e até dispensável dar nomes envelhecidos a essa nova sociedade imaginada, cujo dístico deve ser: “O SONHO DE UM NOVO BRASIL”.
Ousar sonhar, ousar realizar.
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral – E o PT com isso?, Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula. Coordenador do canal Pororoca e um dos organizadores da RBMVJ.
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