Por Adilson Araújo, presidente Nacional da CTB

O presidente Lula está coberto de razão ao afirmar que o Brasil é um país soberano e não vai ficar de joelhos diante dos EUA, em resposta a uma nova mentira disparada pelo atual chefe da Casa Branca. Trump disse que nosso país não é um bom parceiro comercial e voltou a defender seu aliado de extrema direita, o golpista e agora também traidor da pátria, Jair Bolsonaro.

A intenção de mudar na marra os rumos do julgamento de Bolsonaro e outros réus no processo em curso no STF sobre a empreitada golpista liderada pelo ex-presidente é notória e constitui uma ingerência imperialista inaceitável contra a autonomia e a independência do Poder Judiciário brasileiro.

Trairagem

Foragido nos EUA, o traíra Eduardo Bolsonaro aposta na pressão descabida de Washington para livrar seu malfadado genitor da prisão. Mas, o deputado bananinha vai dar com os burros n’água.

O Brasil não vai capitular às pressões imperialistas de Donald Trump, num gesto indigno que faria nossa amada pátria retroceder à infame condição de colônia. Nem o Palácio do Planalto nem o STF vão ceder à chantagem da extrema direita.

É fundamentalmente importante apoiar as iniciativas do governo Lula para proteger o emprego e as empresas nos ramos afetados pelo tarifaço, bem como o fortalecimento e ampliação da parceria com a China, Índia e outros membros do Brics e do chamado Sul Global.

Reciprocicade

Consideramos também que o governo pode e deve usar a Lei da Reciprocidade em resposta à agressão imperialista à soberania nacional. Entre outras medidas neste sentido, cabe destacar a imposição de impostos e rigorosa regulamentação das big techs, que – sob o comando de bilionários reacionários e o pretexto da liberdade de expressão – transformaram a internet num refúgio da extrema direita e plataforma para criminosos e golpistas de todos tipos. Urge igualmente taxar as remessas de lucros e dividendos das multinacionais.

Ao contrário das mentiras difundidas pelo presidente dos EUA, a relação comercial do Brasil com os EUA é deficitária e amplamente vantajosa para as empresas estadunidenses, que acumularam um superávit comercial de US$ 1,7 bilhão no primeiro semestre deste ano.

Embora sejam relevantes, é preciso relativizar o alcance dos prejuízos decorrentes do tarifaço. O mercado estadunidense já não possui a importância que possuía décadas atrás para o Brasil, o que é um sintoma entre muitos outros do declínio irreversível do poder econômico daquela que ainda é a maior potência capitalista do planeta.

Decadência

Desde 2009, os EUA perderam para a China a posição de maior parceiro comercial do país. Hoje ocupam a terceira posição. Em 2024, as exportações do Brasil para os Estados Unidos representaram cerca de 12% do total, metade do percentual registrado em 2021 (24%). Já a China adquiriu 28% das exportações brasileiras no ano passado, ou seja, mais do que o dobro da decadente potência rival.

Trump é o imperador de uma ordem geopolítica em franca decomposição. O futuro está sendo desenhado do outro lado, pelo Brics, que reposiciona e reforça a aliança do SulGlobal e defende uma nova ordem mundial, efetivamente multilateral e isenta de arroubos e ingerências imperialistas.

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Last Update: 15/08/2025