Discussão sobre a supremacia fiscal, popularizada por Thomas Sargent e Neil Wallace no clássico “Algumas Arithméticas Monetaristas Desagradáveis” (1981), divide economistas e especialistas brasileiros. O conceito, que descreve situações em que a política monetária perde eficácia devido à pressão fiscal, está em pauta enquanto a dívida bruta do Brasil se aproxima de 80% do PIB, com alertas de que o mercado pode antecipar um cenário crítico antes mesmo de atingir o temido limiar de 90%. Apesar da relevância do tema, não há consenso sobre se o país já atravessou a fronteira da supremacia fiscal.
Alguns argumentam que isso aconteceu nas vésperas do governo Lula I ou no fim da gestão de Dilma Rousseff (foto), enquanto outros enxergam o fenômeno como uma questão de percepção prática, difícil de delimitar objetivamente. O que parece certo é que a política monetária, com sua eficácia reduzida, enfrenta desafios diante do contexto fiscal. Para além das análises técnicas, o “fantasma” da supremacia fiscal é uma realidade que o Brasil precisará enfrentar por um longo tempo, demandando ajustes e resiliência econômica.