A Betar é uma milícia inspirada no fascismo europeu e baseada nas ideias mais radicais e fascistas do sionismo. Essa organização tem como objetivo perseguir e assediar virtualmente e fisicamente movimentos e militantes que defendem a Palestina em todo o mundo.
A Betar US é um braço dessa organização criminosa que atua diretamente nos Estado Unidos. Após 7 de outubro de 2023, as atividades do grupo foram intensificadas.
História da organização
A Betar foi fundada em 1923 em Riga, Letônia, por Vladimir (Ze’ev) Jabotinsky, uma figura-chave no sionismo revisionista, que pretendia estabelecer o chamado “Estado judeu” em ambas as margens do rio Jordão. O movimento recebeu o nome de seu inspirador, o antigo colono sionista britânico Yosef Trumpeldor (Joseph Trumpeldor), que morreu em 1920 lutando contra as forças de resistência árabes locais no norte da Palestina.
Além de ser uma sigla para Trumpeldor, Betar também é o nome da última fortaleza judaica que caiu nas mãos dos romanos durante uma revolta no século II. Dez anos após sua fundação, o Betar tinha 70.000 membros, com 40.000 na Polônia, onde obteve mais sucesso devido à maior população judaica da Europa.
Suas atividades incluíam treinamento militar e facilitação da imigração ilegal de dezenas de milhares de judeus europeus para a Palestina, desafiando as cotas britânicas. Na Palestina, membros do Betar se juntaram ao Irgun, um grupo fascista sionista, envolvendo-se em táticas de guerrilha de sabotagem e assassinato contra forças britânicas e ataques contra civis árabes.
Após a Nakba e a concretização do plano sionista, o papel da Betar declinou gradualmente, e seu número de membros caiu de um pico de 90.000 para menos de 10.000 na década de 1960.
A Betar, no entanto, produziu importantes lideranças israelenses, incluindo os primeiros-ministros Menachem Begin e Isaque Shamir, o ministro da Guerra Moshe Arens, a ministra Tzipi Livni e o atual embaixador da ONU Danny Danon.
Relações da Betar com Benjamin Netaniahu
Benzion Netaniahu, pai do atual primeiro-ministro Benjamin Netaniahu, era assessor de Jabotinsky. Em certa oportunidade, Netaniahu afirmou o seguinte:
“O movimento Betar, liderado por Vladimir Ze’ev Jabotinsky, mudou o sionismo e, portanto, mudou a história do povo judeu. Nós e eu continuamos a defender seus princípios e convicções básicos”.
Entre os membros da Betar, estava Meir Kahane, um notório rabino norte-americano-israelense, fundador do grupo terrorista Liga de Defesa Judaica (JDL) e do partido político israelense Kach, condenado por atos considerados terroristas em território dos Estados Unidos.
A Betar US fundada originalmente em 1929 permaneceu de certa inativa até junho de 2023, quando foi reiniciada por Ronn Torossian, um executivo de relações públicas israelense-americano.
De acordo com o artigo de Kesic, Torossian foi membro do Betar US desde a adolescência, foi presidente do partido durante seus dias de estudante e, após se formar, mudou-se brevemente para os territórios palestinos ocupados, onde colaborou com o Likud e com organizações terroristas de colonos neossionistas.
Atuais relações de Torossian com o presidente dos EUA
A emissora iraniana PressTV, afirma que “Torossian tem comprovados laços pessoais, comerciais e políticos com o presidente norte-americano, Donald Trump, para cuja campanha presidencial ele fez generosas doações”.
Torossian disse à imprensa que seu grupo “defende um sionismo forte, firme e orgulhoso” e alegou “combater o antissemitismo” porque seus membros acreditam que vivem “nos dias anteriores a um possível Holocausto”. O Betar US afirma ter atualmente milhares de membros em mais de 50 cidades.
Durante meses, o grupo alegou que vinha coletando dados sobre estudantes e manifestantes pró-Palestina, com a intenção de submetê-los ao governo Trump para deportação.
Curiosamente, em total conformidade com essa prática, o amigo de Torossian, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva no final de janeiro para deportar manifestantes estrangeiros que sejam considerados como tendo apoiado “grupos terroristas” ou o movimento de resistência palestino.
O Betar US apoia abertamente a limpeza étnica e o genocídio dos palestinos em sua terra natal, bem como a monstruosa prática de assassinato de crianças pelo exército israelense em Gaza.