O Banco Central divulgou que a caderneta de poupança registrou um saldo negativo de R$ 908,6 milhões em julho, com mais saques do que depósitos. Isso contrasta com o mês anterior, quando a poupança teve uma entrada líquida de R$ 12,8 bilhões.
Em junho, a diferença entre depósitos, que somaram R$ 370,3 bilhões, e saques, que alcançaram R$ 371,2 bilhões, foi estreita. Os rendimentos creditados nas contas totalizaram R$ 5,4 bilhões, com o saldo total da poupança ultrapassando ligeiramente R$ 1 trilhão.
Comparado a julho de 2023, houve uma melhora, visto que naquele período os saques excederam os depósitos em R$ 3,6 bilhões.
No entanto, no acumulado do ano atual, a poupança já apresenta um resgate líquido de R$ 3,7 bilhões. Em 2023, a saída líquida foi de R$ 87,8 bilhões, um valor inferior ao recorde de R$ 103,2 bilhões observado em 2022, em um contexto de alta inflação e endividamento.
A tendência de saques na poupança está associada aos níveis elevados da taxa Selic, que se mantém atraente para investimentos de maior rendimento.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic 12 vezes consecutivas de março de 2021 a agosto de 2022, estabilizando-a em 13,75% ao ano por um período antes de iniciar uma série de cortes em agosto de 2023.
Desde maio de 2024, a Selic está estabilizada em 10,5% ao ano, com previsões de possíveis aumentos futuros.
Em contraste, 2020 foi um ano de captação líquida recorde para a poupança, com R$ 166,31 bilhões, impulsionada pela instabilidade no mercado de títulos e pelo pagamento do auxílio emergencial durante a pandemia da covid-19.