O coronel Flávio Peregrino foi alvo de operação da PF. Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do coronel Flávio Peregrino, em Brasília, no âmbito da operação que investiga uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

Peregrino, que atuou como assessor do ex-ministro Walter Braga Netto, preso na manhã deste sábado (14) no Rio de Janeiro, é citado no inquérito por sua atuação na trama golpista e por obstruir investigações relacionadas.

O coronel Peregrino foi mencionado após a PF apreender um documento na sede do Partido Liberal (PL), partido de Jair Bolsonaro, que continha um conjunto de perguntas e respostas relacionadas à delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

O documento, encontrado na mesa de Peregrino, sugere que ele tentou obter informações sigilosas sobre o acordo de colaboração de Cid, possivelmente com a intenção de proteger envolvidos na trama golpista. Segundo o relatório da PF, o conteúdo indicaria um esforço para alinhar versões e controlar a narrativa sobre os eventos que envolveram a tentativa de golpe.

“Esse documento revela que questões foram feitas a Mauro Cid sobre o conteúdo do acordo de colaboração, com respostas sendo feitas em vermelho, sugerindo uma tentativa de manipulação das investigações”, detalha o relatório da PF.

Mauro Cid. Foto: Divulgação

A PF também identificou um manuscrito, denominado “Operação 142”, apreendido com Peregrino em novembro. O documento detalha um plano para impedir que Lula tomasse posse como presidente, com base em uma interpretação errônea do artigo 142 da Constituição, que sugere uma intervenção militar.

A “Operação 142” envolvia diversas etapas para gerar uma ruptura institucional após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro, conforme investigações da Polícia Federal. O general Braga Netto, que também foi indiciado no inquérito, foi preso em Copacabana, no Rio de Janeiro, e ficará sob custódia do Exército no Comando Militar do Leste.

A prisão ocorre no contexto de investigações que apuram a tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. De acordo com a PF, Braga Netto teve um papel central na coordenação das ações ilícitas, além de tentar obstruir as investigações sobre a colaboração de Cid, buscando informações por meio dos pais de Cid.

Em resposta às acusações, Braga Netto tem negado envolvimento em qualquer tentativa de golpe, afirmando que “nunca se tratou de golpe” e que sempre buscou soluções “legais e constitucionais”. No entanto, o relatório da PF revela novos elementos que reforçam as suspeitas sobre o envolvimento de Braga Netto e Peregrino nas ações para fragilizar as investigações e impedir a posse de Lula.

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Last Update: 14/12/2024