Wagner Moura no filme “O Agente Secreto”. Foto: reprodução

O cinema brasileiro brilhou neste sábado (24) na 78ª edição do Festival de Cannes. O longa-metragem “O Agente Secreto” rendeu o prêmio de melhor ator a Wagner Moura e garantiu a Kleber Mendonça Filho o troféu de melhor diretor, coroando uma noite histórica para a produção nacional na Riviera Francesa.

O anúncio foi feito durante a cerimônia de encerramento, onde a dupla subiu ao palco sob aplausos calorosos. Moura, emocionado, dedicou o prêmio ao elenco e à equipe técnica, ressaltando o desafio de interpretar um personagem complexo em um thriller político repleto de camadas.

Mendonça Filho, por sua vez, agradeceu à parceira e produtora francesa Emilie Lesclaux, presente ao seu lado no tapete vermelho, e destacou a importância da coprodução internacional para viabilizar a obra. “Este reconhecimento mostra que histórias locais podem dialogar com o mundo inteiro”, afirmou o diretor pernambucano.

O diretor Kleber Mendonça e Wagner Moura filmam “O Agente Secreto”

Antes mesmo da premiação oficial, “O Agente Secreto” já havia conquistado o Prêmio da Crítica, outorgado paralelamente por jornalistas especializados que cobrem o festival. Embora não integre a lista de categorias oficiais, o troféu costuma apontar títulos que despontam como favoritos do público e da imprensa.

A vitória de Moura marca a segunda vez que um ator brasileiro leva o troféu de interpretação em Cannes, reforçando seu prestígio após papéis de destaque em Hollywood e no cinema latino-americano. Já Mendonça Filho consolida sua trajetória internacional, iniciada com “O Som ao Redor” (2012) e “Bacurau” (2019), ambos amplamente premiados.

Para a crítica, o sucesso do filme simboliza um momento de renovação e fôlego para o audiovisual brasileiro, que enfrenta cortes de financiamento e instabilidade econômica. Observadores do mercado destacam que o duplo reconhecimento pode abrir portas para novas coproduções e facilitar a circulação de obras nacionais em festivais e plataformas de streaming.

Encerrando a noite, Mendonça Filho dedicou o prêmio “a todos que insistem em fazer cinema no Brasil”, enquanto Moura reforçou a necessidade de políticas públicas para a cultura. A dupla saiu do Palais des Festivals ovacionada, levando consigo não apenas troféus, mas a esperança de um novo impulso para o cinema brasileiro no cenário global.

Confira a premiação:

 

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Last Update: 24/05/2025