
A crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos ganhou novos contornos após a resposta imediata da Casa Branca à declaração do presidente Lula, que afirmou que Donald Trump não foi eleito para ser “imperador do mundo”. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, rebateu rapidamente, chamando Trump de “líder do mundo livre”.
A resposta instantânea, de acordo com fontes do governo brasileiro, foi um sinal claro de que o Brasil é agora uma prioridade para os Estados Unidos, e não apenas mais um país entre os muitos que enfrentam a postura de Trump.
A declaração de Lula foi recebida com grande prontidão pelos Estados Unidos, o que indicou um novo nível de atenção à relação bilateral. No entanto, as autoridades brasileiras têm demonstrado uma percepção crescente de que os Estados Unidos não estão sendo claros sobre suas intenções, levando a demandas pouco flexíveis, como o fim do inquérito contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com fontes próximas a Lula, a investigação sobre práticas comerciais injustas, que deveria esclarecer a situação, acabou gerando mais confusão. As alegações feitas por Trump pareceram desconexas e abrangiam uma variedade de tópicos, incluindo práticas comerciais de rua, o que dificultou a formação de um entendimento claro.

O governo brasileiro acredita que a estratégia de Trump é mais uma tentativa de gerar um impasse do que uma busca por um acordo direto e claro. Muitos no governo acreditam que a administração do presidente dos EUA não está interessada em negociações reais, mas sim em minar o governo Lula.
Isso ocorre devido à ausência de alinhamento automático do Brasil com os Estados Unidos, particularmente no que diz respeito à busca do país por um multilateralismo que o distancia da influência americana.
Trump também estaria realizando ações que impactam diretamente o STF, principalmente depois que o tribunal estabeleceu regras mais severas para as grandes empresas de tecnologia, consideradas inaceitáveis para os americanos.
No meio desse aumento de tensões, aliados próximos ao presidente do Brasil começaram a propor uma mudança de estratégia em relação ao enfrentamento direto com Trump. Começa a ganhar força nos bastidores a ideia de que Lula deve amenizar o confronto para impedir que uma “guerra pessoal” entre os dois presidentes ocorra.
Essa tática de ajuste de tom tem como objetivo preservar a defesa da soberania nacional e combater qualquer tentativa de interferência americana nas instituições brasileiras, evitando, contudo, personalizar a crítica.