A gigante dos chips Nvidia alertou para o aumento da concorrência da Huawei, mesmo com as restrições impostas pelos Estados Unidos à empresa chinesa de telecomunicações.
Em seu relatório anual divulgado na quarta-feira, a Nvidia listou a Huawei como uma de suas concorrentes, marcando o segundo ano consecutivo em que a empresa chinesa aparece na relação. Nos três anos anteriores, a Huawei não figurava entre os concorrentes diretos da Nvidia.
A empresa norte-americana destacou que a Huawei concorre em quatro das cinco principais categorias de mercado: chips, serviços em nuvem, processamento computacional e produtos de rede.
“Há uma concorrência considerável na China”, afirmou o CEO da Nvidia, Jensen Huang, em entrevista à CNBC. “A Huawei e outras empresas são bastante vigorosas e muito competitivas.”
Desde 2019, os EUA impuseram restrições à Huawei, limitando seu acesso a tecnologias de fornecedores americanos, incluindo chips avançados para redes 5G e o sistema operacional Android, do Google.
Apesar dessas restrições, a Huawei registrou receita de mais de 860 bilhões de yuans (US$ 118,27 bilhões) em 2024, segundo a mídia estatal chinesa. O valor representa um aumento de 22% em relação a 2023, sendo o crescimento mais acelerado desde 2016, quando a empresa teve alta de 32%.
O faturamento da Huawei havia praticamente estagnado em 2020 e despencado cerca de 29% em 2021, impactando especialmente sua divisão de consumo. Mesmo com um aumento de 17% em 2023, a receita do segmento — que somou 251,5 bilhões de yuans — permaneceu pouco acima da metade do que foi registrado em seu auge, em 2020.
A recuperação da Huawei no mercado de smartphones começou em 2023, com o lançamento do Mate 60 Pro na China. O aparelho recebeu avaliações positivas por apresentar velocidades de download equivalentes ao 5G, graças a um chip semicondutor avançado.
Pouco mais de um ano depois, a empresa lançou a série Mate 70, equipada com o HarmonyOS NEXT, o primeiro sistema operacional totalmente desenvolvido pela Huawei.
Publicado em 27 de fevereiro de 2025
Por Evelyn Cheng
Fonte: CNBC
