Três dos cinco principais candidatos à Prefeitura de São Paulo não compareceram ao debate eleitoral promovido pela revista Veja e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), na segunda-feira (19). O principal motivo da desistência foi o “descontrole” do adversário Pablo Marçal (PRTB). Para a jornalista e pesquisadora, Eliara Santana, a decisão pelo não comparecimento é “excelente”.

As campanhas do atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), do deputado federal Guilherme Boulos e do jornalista José Luiz Datena (PSDB), anunciaram na noite de domingo (18) que não iriam ao encontro por causa da incompatibilidade de agendas.

Contudo, segundo o portal Uol, interlocutores das campanhas apontaram que o fato de Marçal não respeitar as regras definidas pelas organizações para o debate influenciaram a desistência. Vale lembrar que na última quinta-feira (15), a revista Veja havia divulgado para a imprensa o que todos os principais candidatos, incluindo os quatro já citados, além da deputada federal Tabata Amaral (PSB), tinham confirmado presença no encontro.

“Excelente decisão dos três candidatos em São Paulo. Pablo Marçal é um vírus perigoso que as redes sociais empoderam e as plataformas deixam circular. É um provocador profissional, machista e misógino, que segue à risca a cartilha de provocação para impedir o debate político e desestabilizar os demais candidatos”, analisou Eliara, doutora em Linguística e Língua Portuguesa, com foco em Análise do Discurso, em publicação nas redes sociais.

O primeiro debate eleitoral entre esses candidatos, transmitido na rede de televisão Bandeirantes, em 9 de agosto, foi marcado por ataques pessoais e conflitos, enquanto a situação atual e as soluções para a cidade ficaram em segundo plano. Na ocasião, chamou atenção o comportamento explosivo de Marçal, que se diz candidato da direita conservadora em SP.

“Marçal quer palco, picadeiro, engajamento, e encontra ressonância. O não comparecimento dos demais é um posicionamento importante que quebra esse ciclo. Sobra a vergonha para a Veja, que nunca deu bola pra democracia mesmo, e para Tabata Amaral, que comprova sua ingenuidade política ao fingir que Marçal faz parte de um espectro democrático – e ainda teve de ouvir do provocador machista que ela não pode ser prefeita porque não tem marido”, completou a pesquisadora, associada do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência (CLE) da Unicamp e integrante do projeto “Pergunte a um(a) cientista”.

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Última Atualização: 20/08/2024