A discussão entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante uma reunião no Salão Oval, gerou repercussão negativa na imprensa internacional e aprofundou a crise diplomática entre os dois países.
Correspondentes da Casa Branca relataram o show de insultos e ameaçados do americano. Peter Baker, do New York Times, afirmou que nunca tinha visto algo semelhante em 30 anos de cobertura. “Cubro a Casa Branca desde 1996. Nunca um presidente americano deu um sermão público como este, muito menos em um líder de um país que luta contra invasores”, declarou.
O Washington Post comparou a discussão a uma “briga de bar” e destacou que Trump repreendeu Zelensky no Salão Oval. Os jornalistas Michael Birnbaum e Matt Viser escreveram que o ataque do democrata americano ao ucraniano pode “determinar uma geração de guerra e paz na Europa”.
O jornalista Andrew E. Kramer destacou que Zelensky tentou manter um tom diplomático, mas foi forçado a rebater as declarações de Trump. “Ele tentou evitar irritar o líder de um aliado vital, mas rejeitou as narrativas de Trump quando sentiu que não tinha escolha, como a alegação de que a Ucrânia começou a guerra”, disse.
De acordo com o britânico The Guardian, Zelensky deixou a Casa Branca mais cedo, após Trump afirmar que ele “desrespeitou os EUA” e não estava pronto para a paz. Já o Clarín, da Argentina, descreveu a cena como “gritos e portas batendo”, enfatizando a hostilidade do encontro.
O jornal ucraniano The Kyiv Independent ressaltou que um acordo sobre minerais raros, previsto para ser assinado no evento, acabou não sendo formalizado devido ao conflito entre os líderes. O jornal USA Today também destacou a notícia em sua página principal.
A discussão causou preocupação entre os líderes europeus, que temem que Trump retalie com a retirada de recursos da OTAN e da Ucrânia. Analistas apontam que o episódio expõe ainda mais as divergências entre a administração Trump e aliados ocidentais.
Enquanto Trump reiterou sua postura de que quer “PAZ” e que Zelensky “desrespeitou os EUA”, o líder ucraniano foi às redes sociais agradecer pelo apoio dos americanos, mas evitou novos confrontos.
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