Nesse domingo (20), a rádio do “exército” israelense informou que um soldado da unidade de paraquedistas morreu em decorrência dos ferimentos sofridos após tentar o suicídio na semana passada. Com isso, o número de soldados israelenses que tiraram a própria vida nas últimas duas semanas foi elevado para quatro.
“O soldado, que estava em estado crítico, recebeu tratamento hospitalar, mas após intensas tentativas de salvá-lo, o hospital declarou seu falecimento”.
De acordo com os detalhes divulgados, o soldado em treinamento tentou tirar a própria vida dentro de uma base de instrução da brigada de paraquedistas, no sul dos territórios ocupados. Ele foi transferido em estado crítico para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos dias depois.
Anteriormente, o jornal israelense Haaretz havia relatado um aumento sem precedentes na taxa de suicídios entre os soldados israelenses desde o início da guerra contra Gaza, em outubro de 2023.
De acordo com o veículo, entre 7 de outubro e o fim de 2023, foram registradas 7 mortes por suicídio entre soldados israelenses. Em 2024, esse número subiu para 21, e, desde o início de 2025 até agora, ao menos 14 soldados se suicidaram.
Veículos de imprensa israelenses apontam que as fileiras do “exército” israelense estão registrando um aumento acentuado nos casos de suicídio desde o início da guerra em Gaza. O jornal acrescenta ainda que o “exército” se recusa a fornecer um número oficial de suicídios desde o começo do ano, alegando que divulgará esses dados apenas ao fim de 2025.
Ainda de acordo com o Haaretz, os números mencionados não incluem soldados que se suicidaram fora do serviço, depois de deixarem o uniforme. A matéria acrescenta que “ao menos 11 civis cometeram suicídio desde o início da guerra, por motivos que se acredita estarem ligados ao serviço militar — entre eles, veteranos com transtornos psicológicos que participaram de guerras anteriores”.
O jornal afirma que o “exército” relaciona esse aumento ao estresse psicológico vivido pelos soldados, especialmente os da reserva. No entanto, análises internas sugerem que algumas mortes têm relação com experiências traumáticas em combate.
O último caso de suicídio notificado havia sido o de um soldado da brigada Golani na base de Sdeh Teiman, após ele ter sido interrogado pela polícia entregue a sua arma. Segundo o jornal, o soldado tirou a própria vida com a arma de um colega enquanto este dormia. Ele deixou uma carta antes de se matar.
O “exército” afirmou que a investigação não estava relacionada à conduta do soldado durante a guerra. No entanto, uma pessoa próxima a ele havia morrido no mês anterior na explosão de um veículo blindado, o que pode ter contribuído para seu estado emocional.
O nome do soldado não será incluído na lista oficial de mortos da guerra, devido à nova política do “exército”, que exclui suicidas.
Dias antes, outro soldado israelense se suicidou após sofrer de graves transtornos psicológicos por causa da participação na guerra contra Gaza e Líbano. Segundo o site israelense Walla, não foi autorizada a realização de um funeral militar para esse soldado.