Dados do Imposto de Renda Pessoa Física revelam que, entre as 384 mil pessoas mais ricas do Brasil, dois terços terão de pagar mais imposto e desembolsar, em média, apenas 2,7% sobre a renda.
O economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Sérgio Wulff Gobetti, afirma que a diferença é pouca para tanto barulho.
"O imposto a mais que milionários terão de pagar não é só muito pouco, como é menos do que pagariam se fosse aprovado o texto original do PL 2337, de 2021, que previa tributação de 15% dos dividendos junto com redução do IRPJ. A desproporção das reações entre 2 casos é gritante," publicou Gobetti na rede social X.
Para o economista, os argumentos de que o aumento tributário tem motivações comunistas revolucionárias ou que deve gerar fuga em massa dos milionários para outros países apenas por conta de uma taxação adicional de 2,7% para as rendas mais altas é motivo para rir.
Ao longo da semana, o economista explicou ainda aos que veem o comunismo por todo lado que o imposto mínimo de 10% para quem ganha acima de R$ 600 mil é muito menos do que se paga nos Estados Unidos.
Outra constatação é a de que a medida equilibra as contas do país. "Temos 26 milhões de declarantes com renda tributável de até 5K pagando em média R$480 p/ ano. Além disso, as pessoas que ganham entre 5 e 7K também terão desconto. Custo total: 25 bi," afirma Gobetti.
"No outro extremo temos 300 mil pessoas com uma renda média de R$ 3 milhões que hoje pagam em média 7,3% de IR. Essa turma terá de pagar 2,7% a mais para chegar ao mínimo de 10%, o que proporcionará (vejam só) uma receita de aproximadamente 24 bi. Bingo," conclui.
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