As forças israelenses de ocupação perpetraram um novo massacre contra palestinos famintos nesta terça-feira (3).
Novamente, os invasore sionistas atiraram contra palestinos que aguardavam por comida do lado de fora dos centros de “ajuda humanitária”. Tais centros são generenciados pela Gaza Humanitarian Foundation (GHF), empresa norte-americana-”israelense”, e estão sob vigilância dos militares israelenses.
Disparos contra palestinos famintos vem ocorrendo desde o dia 27 de maio, dia em que entraram em funcionamento os centros. Neste novo ataque, perpetrado em centro localizado em Al-Alam, Rafá, sul de Gaza, mais de 27 palestinos foram assassinados, e ao menos 161 outros ficaram feridos, conforme informado pelo Ministério da Saúde de Gaza.
Com isto, o número de palestinos famintos assassinados pelas forças de ocupação nos centros de “ajuda humanitária” já ultrapassa 102, sendo que o de feridos é de, pelo menos 540.
No que se refere a este novo massacre, uma testemunha informou que a maioria das vítimas foram atingidas na cabeça, conforme noticiado pelo portal de comunicação Resistante News Network (RNN). Mais uma comprovação de que tais centros, erguidos pelos EUA e “Israel”, servem à política do sionismo de utilizar a fome como arma de guerra, através do controle da distribuição de comida,
São, igualmente, armadilhas para atrair palestinos, deslocando-os forçadamente de suas casas e os assassinar no local, conforme vem denunciando o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) e demais organizações da Resistência Palestina.
O Hamas publicou declaração, denunciando o novo massacre, afirmando que “atacar pessoas famintas enquanto buscam alimento revela a natureza desse inimigo fascista, que usa tanto a fome quanto os bombardeios como armas de morte e deslocamento, dentro de um plano sistemático para esvaziar Gaza de seus habitantes”, acrescentando que “esse crime ocorre no contexto do chamado ‘mecanismo israelense-americano’ de distribuição de ajuda, que se transformou em armadilhas de morte e humilhação”.
O partido, que lidera a Resistência, exortou à ONU e ao Conselho de Segurança, bem como a organizações humanitárias internacionais, para darem um fim a esse mecanismo, e abrir corredores seguros para a entrada de ajuda humanitária, bem como por um fim da agressão israelense ao povo palestino. Leia, na íntegra, a declaração do Hamas:
“O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) confirma que o massacre cometido pelo exército de ocupação sionista na madrugada de hoje, na região de “Al-Alam”, no governadorado de Rafah — envolvendo o ataque direto a civis desarmados que aguardavam para receber ajuda, e que resultou em dezenas de mortos e feridos — constitui um crime de genocídio deliberado, somando-se ao histórico sombrio da ocupação.
Atacar pessoas famintas enquanto buscam alimento revela a natureza desse inimigo fascista, que usa tanto a fome quanto os bombardeios como armas de morte e deslocamento, dentro de um plano sistemático para esvaziar Gaza de seus habitantes.
Esse crime ocorre no contexto do chamado “mecanismo israelense-americano” de distribuição de ajuda, que se transformou em armadilhas de morte e humilhação. Seu propósito não é prestar socorro, mas sim quebrar a dignidade do nosso povo e transformar a vida dos sitiados em um inferno, a serviço de planos de deslocamento forçado.
O Hamas responsabiliza totalmente a ocupação por este crime e pelos anteriores. O número de mártires assassinados nos centros de distribuição de ajuda nos últimos oito dias chegou a 102, em uma das mais brutais e evidentes campanhas de assassinato em massa da história moderna.
Esse mecanismo humilhante obriga nosso povo a arriscar a vida por uma porção de comida, o que o torna um crime duplo: fome sistemática e assassinato deliberado.
Apelamos à ONU, ao Conselho de Segurança e às organizações internacionais de ajuda humanitária para que ajam imediatamente no sentido de pôr fim a esse mecanismo mortal, abrir corredores humanitários seguros sob supervisão internacional — e não sob controle da ocupação — e exercer uma pressão séria para uma cessação imediata da agressão, a fim de salvar o que resta do nosso povo sitiado.
Nestes dias abençoados, apelamos aos líderes das nações árabes e islâmicas, bem como a todos os povos amantes da liberdade no mundo, para que tomem medidas urgentes para garantir a entrada imediata de ajuda e interromper os crimes brutais cometidos pela ocupação contra civis, em um dos desastres humanitários mais terríveis dos tempos modernos.
Movimento de Resistência Islâmica – Hamas
03 de junho”
O caráter criminoso desses ataques é tamanho que mesmo organizações humanitárias do imperialismo estão sendo forçadas a denunciar. Nesse sentido foi a declaração da Anistia Internacional:
Conforme noticiado pela emissora libanesa Al Mayadeen, a organização condenou o ataque a palestinos perto de um local de distribuição de ajuda na Faixa de Gaza como um “incidente horrível“, pedindo uma investigação imediata e independente para determinar as circunstâncias e responsabilizar os culpados, bem como a necessidade urgente de que a ajuda humanitária em Gaza seja entregue por meio de mecanismos seguros e eficazes que “respeitem a dignidade da população e garantam a entrega de suprimentos sem colocar vidas civis em risco”.
Funcionário do imperialismo admite que ‘Israel’ comete crimes de guerra
Diante da crise que o genocídio perpetrado pelos israelenses contra os palestinos está gerando, dificultando que o imperialismo mantenha seu apoio às ações abertamente criminosas da entidade sionista, o ex-porta-voz do Departamento de Estado dos EUA admitiu que “Israel” está cometendo crimes de guerra.
Matthew Millier ocupou o cargo durante o governo Biden, que foi o principal financiador de “Israel” no decorrer do genocídio. Em entrevista realizada recentemente, o funcionário do imperialismo afirmou “eu acho que, sem dúvidas, ‘Israel’ cometeu crimes de guerra”, reconhecendo que a entidade sionsita já fazia isto enquanto ele ocupava o cargo de porta-voz do Departamento de Estado. Embora ele tenha se recusando a reconhecer que o que os israelenses fazem em Gaza é um genocídio, sua admissão da existência de crimes de guerra expõe a crise cada vez maior do imperialismo no seu apoio a “Israel”.
Iminente colapso do sistema de saúde de Gaza
Em novo informe publicado nesta terça-feira, o Ministério da Saúde de Gaza detalhou a situação de iminente colapso em que se encontra o sistema de saúde do enclave palestino.
“Centros cirúrgicos, unidades de terapia intensiva e departamentos de emergência enfrentam condições catastróficas em meio a um aumento no número de feridos graves”, informou o ministério, acrescentando que “a grave escassez de medicamentos vitais, suprimentos médicos e equipamentos de diagnóstico por imagem está impedindo intervenções cirúrgicas urgentes para os feridos” e que “os geradores estão funcionando com reservas limitadas de combustível para fornecer eletricidade aos departamentos críticos”.
Foi igualmente informado que doações de sangue não surtem mais efeito, em razão da malnutrição da população palestina, que piora a cada dia em razão do bloqueio genocida imposto por “Israel”.
O Ministério finaliza seu informe renovando “seu apelo urgente a todas as partes envolvidas para que resgatem o sistema de saúde dos hospitais que ainda restam, que agora lutam contra níveis catastróficos de colapso”.
Invasores sionistas são eliminados em novas ações revolucionárias da Resistência
Conforme informado por este Diário, na segunda-feira (2), combatentes da Resistência Palestina realizaram uma emboscada complexa a leste de Jabalia (norte de Gaza) contra o 9º Batalhão da 162ª Divisão das forças israelenses de ocupação. A emboscada foi bem sucedida e resultou em 11 sionistas eliminados ou feridos. Ainda, combatentes palestinos alvejaram com um foguete um helicóptero das forças de ocupação que veio tentar resgatar os invasores.
Pouco depois da notícia dessa operação, o exército israelense admitiu oficialmente que três soldados israelenses foram abatidos.
Já nesta terça-feira, um novo “acidente de segurança” ocorreu no bairro de Shuja’iyya, a leste da Cidade de Gaza (norte do enclave). Conforme noticiado por RNN, a resistência teria usado um VANT (drone) para lançar bombas sobre uma força do exército israelense, o que resultou em várias baixas.
O portal de comunicação informou ainda que “aviões de evacuação foram avistados em “Tel Aviv” transportando soldados feridos”. Quando da notícia, o evento ainda estava em andamento.
Isso ocorreu um dia após a elaborada emboscada no campo de Jabalia, onde a resistência detonou um explosivo em um Humvee, matando três soldados da IOF. A imprensa sionista relata que muitos outros explosivos deveriam ser detonados naquela área.
Ainda, sirenes dispararam novamente em “Telavive” e em Al-Nasra (Nazaré), norte da Cisjordânia ocupada, em decorrência de mais um míssil balístico disparado pelas Forças Armadas do Iêmen.
Em declaração sobre a intensificação das ações revolucionárias do Iêmen, em defesa da Palestina, o ministro da Defesa do país, Major-General Mohammed Nasser Al-Atifi declarou o seguinte:
“Estamos prontos para uma nova escalada contra a entidade, o que levará ao aperto do cerco e à imposição de novas perdas ao inimigo.
Possuímos a iniciativa e a capacidade de dissuasão estratégica para lançar mísseis e drones 24 horas por dia, visando as profundezas do inimigo.
A luta contínua contra o inimigo se reflete no desenvolvimento das capacidades militares iemenitas, com maior alcance, maior precisão e impacto, além de tecnologias modernas.
As Forças Armadas do Iêmen estão prontas para continuar a apoiar eficaz e influentemente as facções palestinas e o povo de Gaza na batalha pela dignidade e resistência.
O Iêmen frustrou a agressão americana, pôs fim ao domínio dos porta-aviões e escreveu uma nova página na guerra moderna.”
Além destas ações, pela primeira vez desde o golpe imperialista na Síria, foguetes teriam sido disparados a partir do sul do país, tendo como alvo as Colinas do Golã, ocupadas ilegalmente por “Israel”. Conforme noticiado por RNN, dois foguetes impactaram diretamente, após a defesa aérea sionsita falhar em interceptá-los.
“Israel” realizou bombardeios contra a região, e o ministro da “Defesa” da entidade sionista, Israel Katz, declarou que “consideramos o presidente sírio diretamente responsável por todas as ameaças e disparos contra o Estado de Israel, e a resposta completa virá o mais breve possível. Não permitiremos um retorno à realidade de 7 de outubro”.
Hamas denúncia servilismo dos EUA perante ‘Israel’
Na última quarta-feira (28), o Hamas publicou declaração informando que havia concordado com a, até então, mais recente proposta feita pelos governo Donald Trump para um cessar-fogo.
Contudo, após a declaração, e após consulta a “Israel”, Steven Witkoff, enviado dos EUA para o Oriente Médio, fez uma nova proposta, completamente desfavorável ao povo palestino.
Nisto, a imprensa imperialista e seus lacaios fizeram propaganda caluniosa contra o Hamas, tentando colocar no partido a culpa pela continuidade da guerra genocida perpetrada contra o povo palestino.
Em declaração recente à emissora Al Jazeera, Mahmoud Marwadi, um dos líderes do Hamas, denunciou o servilismo dos EUA perante “Israel”:
“O mediador americano Witkoff concordou integralmente com a proposta que apresentamos para a trégua, mas acabou cedendo aos desejos do lado ‘israelense’.
A ocupação “israelense” quer receber os dez prisioneiros no primeiro dia da trégua, sem garantias quanto à implementação dos termos restantes do acordo.
Não entregaremos os dez prisioneiros da ocupação sem garantias suficientes para um cessar-fogo.”
A declaração se dá no mesmo sentido da declaração de um dos porta-vozes do Hamas, Jihad Taha. Falando à emissora iraniana Al-Alam, ele denunciou que “a última proposta de Witkoff constituiu um desvio do contexto dos entendimentos alcançados. É necessário que os mediadores e os americanos ofereçam garantias reais em questões fundamentais como o cessar-fogo e a retirada”, acrescentando que “o que nos surpreendeu foi a proposta ter sido reenviada, e essa proposta ter levado em conta as condições sionistas”.
Contudo, ele finalizou sua declaração afirmando que “esperamos que nos próximos dias se concretize uma posição internacional para pôr fim à guerra de extermínio, pois hoje a posição internacional e a posição de alguns países europeus começam a mudar e se transformar, clamando a cada dia pela necessidade de pôr fim a essa agressão. Contatos, esforços e empreitadas ainda estão sendo feitos neste momento. Esperamos ter sucesso e agora consideramos que a bola está no campo sionista”.
Enquanto as trativas para um cessar-fogo continuam, o imperialismo permanece bancando “Israel”, permitindo a continuidade do genocídio contra o povo palestino.
Conforme último balanço feito pelo Ministério da Saúde de Gaza, “o número de mártires da agressão “israelense” aumentou para 54.510 mártires e 124.901 feridos desde 7 de outubro de 2023”, sendo que, apenas desde 18 de março de 2025 (quando “Israel” retomou a guerra) mais de 4.240 palestinos foram mortos, e ao menos e 12.860 ficaram feridos.