A vitória do Partido Trabalhista no Reino Unido é um marco histórico, com mais de 9,68 milhões de votos e 412 cadeiras no Parlamento, 210 a mais do que nas eleições de 2019. Já o Partido Conservador viu sua votação derreter, obtendo cerca de 6,81 milhões de votos e 121 assentos, o pior desempenho da história da sigla.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou que deixará o cargo da liderança do Partido Conservador britânico após o desempenho desastroso nas eleições gerais. Ele publicou um anúncio no X, dizendo ser “um dia difícil” e já anunciando sua demissão do cargo de primeiro-ministro.
“Dei tudo de mim neste trabalho. Mas vocês enviaram uma mensagem clara, e o seu julgamento é o único que importa. Este é um dia difícil, mas deixo este cargo honrado por ter sido primeiro-ministro do melhor país do mundo.”
Momentos após publicar a mensagem, Sunak fez um discurso do lado de fora da Downing Street, esclarecendo que permanecerá como líder conservador até que seu sucessor seja escolhido.
O líder do Partido Trabalhista, Sir Keir Rodney Starmer, é esperado para montar o governo da ampla maioria trabalhista. Ele é um ex-diretor do Ministério Público do Reino Unido e líder do partido desde 2020.
A vitória expressiva do Partido Trabalhista é resultado do funcionamento do sistema eleitoral inglês, e alguns dados mostram isso. No distrito de Holborn e St Pancras, Starmer teve 18.884 dos cerca de 71 mil votos, uma queda 17,4% em relação ao resultado obtido em 2019. Já no distrito de Islington North, Corbyn conquistou 24,1 mil de cerca de 72,5 mil, com uma votação que cresceu impressionantes 49,2%.
É preciso dimensionar o peso da vitória à luz de toda a campanha histérica de calúnias promovida pelo lobby sionista contra Corbyn, seguramente um dos principais vencedores das eleições gerais inglesas.
O presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, fez duras críticas a Keir Starmer e ao sistema eleitoral do Reino Unido. Ele considera que Starmer é um ultradireitista e representante do imperialismo britânico, e que o sistema eleitoral é profundamente antidemocrático.
“Ele conseguiu ser líder do partido através do expurgo de toda a ala esquerda do partido, ele expulsou milhares e milhares de pessoas. É um feroz defensor da OTAN, é sionista até o último talo”
Pimenta também criticou o crescimento dos deputados independentes, sugerindo a necessidade de um novo partido trabalhista. Ele destacou a eleição de Jeremy Corbyn como deputado independente, sugerindo a necessidade de um novo Labor, um Labor socialista, revolucionário, seja lá o que for, para fazer frente à tomada que a burguesia fez.