Inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitora (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que tentará ser candidato “até o último segundo” em 2026. Ele ainda cobrou que governadores aliados se posicionem publicamente contra a punição e questionem a decisão da corte.
“Não é estratégia política, vou até o último segundo. Michel Temer até entrou nessa questão… É direito do Michel Temer, ninguém que entrou na politica esquece… Mas gostaria, não posso obrigar, que os governadores falassem: ‘Bolsonaro está inelegível por quê? Essas acusações valem?”, afirmou em entrevista ao UOL.
A declaração foi dada após o ex-presidente Michel Temer pedir uma união de candidatos de direita em 2026 e não citar Bolsonaro ou sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. “Costumo dizer: eleição sem meu nome na chapa é negação da democracia”, prosseguiu, acusando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “lawfare” ao tentar tirá-lo “de combate”.
Bolsonaro foi declarado inelegível duas vezes em 2023 pelo TSE. A primeira punição se deu por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação após fake news sobre o sistema eleitoral em reunião com embaixadores no Palácio do Planalto, em julho de 2022.
O segundo julgamento ocorreu meses depois e aplicou a mesma punição (inelegibilidade por 8 anos) por abuso de poder político. O TSE entendeu que ele fez uso eleitoral das comemorações oficiais do 7 de Setembro de 2022. As penas não são somadas e, por isso, ele ficará inelegível até 2030.
Na mesma entrevista, Bolsonaro insistiu na tese de que é vítima de um “julgamento político”. Ele ainda acusou Moraes de ter “gana persecutória” e “pular etapas” para condená-lo em diferentes processos, citando a trama golpista, pela qual é réu no STF
“Talvez fosse [condenado] por ter jogado um papel na rua. Não justifica essa inelegibilidade. Nesse outro caso, se eu for condenado, acabou. Pela minha idade, acabou”, afirma.
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