O governo enviará ao Congresso, ainda em fevereiro, uma proposta que amplia o acesso ao crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada.
A medida pode beneficiar cerca de 42 milhões de pessoas.
Além disso, a iniciativa permitirá que os trabalhadores contratem empréstimos diretamente com bancos, sem necessidade de intermediação das empresas.
Para isso, uma plataforma será integrada ao e-Social, facilitando a conexão entre instituições financeiras e trabalhadores.
Como funcionará o novo consignado
De acordo com Rubens Neto, especialista em crédito consignado da Crédito Popular, as condições de garantia seguem padrões semelhantes aos atuais. Será possível descontar até 30% do salário e 10% do saldo do FGTS.
A proposta também discute a criação de um teto de juros para essa modalidade. “É importante que o governo consiga pulverizar esse produto através dos correspondentes bancários, garantindo que o crédito chegue a todos os trabalhadores”, afirma Rubens.
Por outro lado, o novo consignado poderá coexistir com a antecipação do FGTS. Essa opção já permite ao trabalhador resgatar parte do fundo de garantia antes do prazo.
Diferenças entre os modelos de contratação
Atualmente, o crédito consignado para o setor privado exige que a empresa tenha convênio com uma instituição financeira. Com a nova proposta, o trabalhador poderá solicitar o empréstimo diretamente ao banco, sem depender da empresa.
Outro ponto importante é que, ao trocar de emprego, o trabalhador não perderá o contrato do empréstimo. Essa mudança reduz os riscos para os bancos e oferece mais segurança ao trabalhador.
Comparativo entre os modelos
- Crédito consignado tradicional
- Exige convênio entre empresa e banco.
- Empréstimo pode ser perdido ao mudar de emprego.
- Acesso limitado a empresas com acordos financeiros.
- Novo crédito consignado
- Contratação direta pelo trabalhador, sem necessidade de convênio.
- Empréstimo mantido mesmo com troca de emprego.
- Disponível para todos os trabalhadores CLT.
Para Rubens, a proposta representa um avanço na inclusão financeira. Ela oferece mais liberdade e opções aos trabalhadores na hora de contratar um empréstimo.