Levantamento divulgado nesta terça-feira, 17, ela Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta recuo na parcela da população que considera o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “ruim” ou “péssimo”.
De acordo com a pesquisa, 40,4% dos entrevistados manifestaram avaliação negativa, número inferior aos 44% registrados em fevereiro deste ano.
A pesquisa, realizada em parceria com o instituto MDA, coletou dados entre os dias 11 e 15 de junho, abrangendo 2.002 entrevistados em 137 municípios distribuídos por todas as regiões do país. A margem de erro estimada é de 2,2 pontos percentuais.
Os dados mostram que o índice de avaliação positiva — que reúne os que consideram a gestão “ótima” ou “boa” — teve leve oscilação, passando de 29% para 28,6%. A maioria restante, equivalente a 29,6%, classificou o desempenho como “regular”.
O levantamento também investigou a percepção dos entrevistados em relação à economia, ao cenário político e às perspectivas para as eleições de 2026. O recorte referente à avaliação do governo indica que, embora o nível de aprovação tenha permanecido estável, houve melhora na percepção negativa, sinalizando redução no percentual de insatisfação com a gestão federal.
Em relação ao perfil dos entrevistados, a pesquisa contemplou amostras representativas em termos de sexo, idade, escolaridade, renda e região geográfica. O objetivo, segundo os organizadores, foi refletir a diversidade do eleitorado brasileiro.
A metodologia da pesquisa se baseou em entrevistas presenciais com aplicação de questionários estruturados. A CNT informou que o estudo visa captar o sentimento da população sobre o desempenho do governo federal e seus desdobramentos sobre temas de interesse nacional.
A série histórica de pesquisas da CNT mostra variações na opinião pública ao longo dos primeiros 18 meses da atual gestão. O recuo na avaliação negativa marca uma das primeiras reduções consistentes nesse indicador desde o início do ano, quando o governo enfrentou pressões relacionadas à condução econômica, à articulação com o Congresso e a pautas de impacto social.
O estudo também trouxe informações complementares sobre a percepção dos brasileiros a respeito de áreas como saúde, segurança pública e emprego. Esses indicadores serão analisados em relatórios temáticos que a confederação divulgará em etapas posteriores.
Os dados completos da pesquisa foram disponibilizados no site oficial da CNT. A confederação informou que novas rodadas do levantamento serão realizadas nos próximos meses com o mesmo formato de coleta e análise.
A pesquisa não incluiu perguntas sobre nomes de possíveis pré-candidatos para as eleições presidenciais de 2026, mas avaliou o grau de interesse da população pelo processo eleitoral. Segundo os organizadores, esse recorte será aprofundado em estudos futuros com foco específico no pleito.
Integrantes do governo federal não comentaram oficialmente os resultados da pesquisa até a publicação desta reportagem. Assessores próximos ao Planalto afirmaram, sob reserva, que o recuo na avaliação negativa é visto como reflexo da estratégia de comunicação e de ações nas áreas de infraestrutura, crédito e programas sociais.
Especialistas em análise política consideram que o resultado aponta uma estabilização da base de apoio do presidente, ainda que a avaliação positiva permaneça distante de patamares elevados. O dado referente à queda na reprovação, no entanto, pode ser interpretado como uma inflexão relevante no cenário de opinião pública.
Parlamentares de diferentes partidos repercutiram os números nas redes sociais e em entrevistas à imprensa. Enquanto aliados do governo destacaram a diminuição da rejeição, membros da oposição afirmaram que os índices de aprovação continuam baixos, o que, segundo eles, demonstra insatisfação de parte significativa da população.
A CNT realiza pesquisas de opinião pública desde os anos 2000 com metodologia validada estatisticamente e foco em temas de política, economia e avaliação institucional. A série de levantamentos sobre a administração federal inclui dados comparativos com gestões anteriores.