Numa solenidade nesta quarta-feira (12), no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo comemorou o primeiro ano da Nova Indústria Brasil (NIB), fundamental para o crescimento da economia e ampliação das exportações.
Do total de R$ 3,4 trilhões, R$ 1,2 trilhão é de investimento público, incluindo recursos do Plano Mais Produção (P+P), braço de financiamento da NIB, do Mover e de programas alinhados, como o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica.
Já o setor produtivo anunciou R$ 2,2 trilhões para o fortalecimento da produção nacional nos próximos anos.
São áreas como agroindústria, automotivo, bioeconomia e energia renovável, construção civil, indústria da saúde, papel e celulose, siderurgia e defesa, aero e nuclear.
“Nós crescemos o ano passado, a indústria em geral 3,1%, a indústria de transformação, 3,7%, o dobro da média mundial”, festeja o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que coordena o NIB.
Alckmin disse que as exportações da indústria de transformação somaram US$ 189 bilhões, que também foi recorde. “E recorde também na criação de emprego e de renda para nossa população”, diz.
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No evento, também foi lançada as metas da missão 6 da NIB com investimentos públicos e privados de R$ 112,9 bilhões para ampliar o domínio brasileiro na área de soberania e defesa nacional. A missão busca aumentar o controle em áreas como radares, satélites e foguetes.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou investimentos de R$ 4,2 bilhões para projetos nos setores aeroespacial e de defesa. Os recursos são geridos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e apoiam 52 projetos estratégicos.
“São os recordes que nós estamos fazendo na história. Em 2023 e 2024 foram R$ 30 bilhões para apoiar 2 mil projetos relacionados a missões da NIB. É o maior programa de inovação da história, da parte da Finep são R$ 51 bilhões até 2026, mas quero dizer que mais da metade disso já foi investido”, disse a ministra.
Ela ressaltou o impacto do investimento na base industrial de defesa brasileira: “A nossa base industrial de defesa é forte e competitiva, catalisadora do desenvolvimento nacional. Nunca antes o MCTI investiu tanto na indústria de defesa com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT)”, diz.
Durante o evento, a ministra e o presidente da Finep, Celso Pansera, assinaram um contrato de crédito de R$ 331 milhões com a Embraer. O financiamento tem como objetivo modernizar e ampliar a competitividade da empresa nos setores da missão 6.
Centro de Alcântara
Luciana anunciou que o país se prepara o lançamento do satélite brasileiro e dos primeiros veículos lançadores nacionais a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Assim, o Brasil deixará de usar as bases de lançamento em países como a Índia e a China.
“Dentre as entregas, veremos nosso satélite da indústria nacional no espaço e teremos os primeiros veículos lançadores nacionais decolando de Alcântara (..) Com isso, nos próximos anos, esperamos garantir uma regularidade de lançamentos de satélites nacionais em veículos brasileiros a partir de Alcântara. Essa iniciativa visa superar nossas vulnerabilidades na área espacial, incluindo satélites de comunicação e sistemas de geoposicionamento (GPS)”, disse a ministra.
Missões da NIB
Missão 1 – Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética
Metas
Promover o crescimento do PIB Agroindústria em até 3% ao ano, de 2024 a 2026; e em até 6%, ao ano, de 2027 a 2033;
Ampliar a mecanização da agricultura familiar para 28% em 2026 e para 35% em 2033;
Ampliar a tecnificação da agricultura familiar para 43% em 2026 e para 66% em 2033,
incentivando o suprimento do mercado por máquinas e equipamentos nacionais, com promoção do desenvolvimento regional.
Cadeias Produtivas Prioritárias
Agricultura de precisão (drones)
Máquinas agrícolas e suas partes e componentes
Fertilizantes e biofertilizantes
Investimento
R$ 546,7 bilhões
R$ 250,3 bilhões público
R$ 296,4 bilhões privado
Projetos relacionados
– Programa Mais Alimentos
– Estratégia Nacional para o Desenvolvimento da Agroindústria Sustentável
Missão 2 – Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde
Metas
Produzir no País, 50% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde em 2026, e 70% em 2033.
Cadeias Produtivas Prioritárias
Medicamentos e princípios ativos biológicos
Vacinas, hemoderivados e terapias avançadas
Dispositivos médicos (equipamentos médicos)
Investimento
R$ 59,2 bilhões
R$ 19,7 bilhões público
R$ 39,5 bilhões privado
Projetos relacionados
– Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde
Missão 3 – Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades
Metas
Contratar 2 milhões de moradias pelo Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), dos quais 500 mil com fornecimento de energia renovável (painéis fotovoltaicos) até 2026, e 6,9 milhões moradias (1,4 milhão com painéis fotovoltaicos) até 2033.
Aumentar a participação de veículos eletrificados (elétricos e híbridos) com baterias nacionais na comercialização de veículos novos para 3% em 2026 e para 33% em 2033.
Cadeias Produtivas Prioritárias
Sistemas de propulsão
Baterias elétricas
Trens e suas partes e componentes
Investimento
R$ 1,6 trilhão
R$ 606 bilhões público
R$ 1,06 trilhão privado
Projetos relacionados
– Minha Casa, Minha Vida
– Estratégia BIM BR
Missão 4 – Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade
Meta
Transformar digitalmente 25% das empresas industriais brasileiras em 2026, e 50%, em 2033, assegurando a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias.
Cadeias Produtivas Prioritárias
Semicondutores
Robôs industriais
Produtos e serviços digitais avançados
Audiovisual
Investimento
R$ 240,4 bilhões
R$ 139,7 bilhões público
R$ 100,7 bilhões privado
Projetos relacionados
– Novo Padis
– Brasil Mais Produtivo
– Lei da Informática
– Brasil Semicon
Missão 5 – Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as futuras gerações
Metas
Promover a indústria verde, reduzindo a intensidade de emissões de gases de efeito estufa por unidade de produto em consonância com as metas setoriais do Plano Clima e ampliando a participação de biocombustíveis e elétricos na matriz energética de transportes em 27% em 2026 e em 50% em 2033
Aumentar o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade em 10% até 2026 e em 30% em 2033.
Cadeias Produtivas Prioritárias
Novas fontes de energia (SAF – Combustível Sustentável de Aviação, diesel verde, hidrogênio)
Equipamentos de energia verde (aerogeradores e painéis fotovoltaicos)
Descarbonização da indústria de base (cimento e aço sustentáveis)
Investimento
R$ 805,8 bilhões
R$ 90,5 bilhões público
R$ 715,3 bilhões privado
Projetos relacionados
– Combustível do Futuro
– Minhas Casa, Minha Vida (Painéis fotovoltaicos)
– Novo PAC
– Mover
Missão 6 – Tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais
Metas
Promover a indústria verde, reduzindo a intensidade de emissões de gases de efeito estufa por unidade de produto em consonância com as metas setoriais do Plano Clima, e em 2026, ampliando a participação de biocombustíveis e elétricos na matriz energética de transportes em 27% em 2026 e em 50% em 2033
Aumentar o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade em 10% até 2026 e em 30% em 2033.
Cadeias Produtivas Prioritárias
Satélites
Veículos lançadores
Radares
Investimento
R$ 112,9,9 bilhões
R$ 79,8 bilhões público
R$ 33,1 bilhões privado
Projetos relacionados
– Combustível do Futuro
– Minhas Casa, Minha Vida (Painéis fotovoltaicos)
– Novo PAC