Américo Gomes morreu na manhã desta quarta-feira (19). Militante de indiscutível trajetória na esquerda brasileira, sua partida impacta a todos e todas que conheceram-no em algum momento da vida militante, assim como a esquerda revolucionária.
Um mal súbito acometeu-o na rodoviária de São Paulo a caminho de Campinas ceifando sua vida, mesmo com socorro e reanimação, faleceu no Hospital das Clínicas após mais uma parada cardíaca.
Ele faria 65 anos em 4 de agosto deste ano.
Começou a militar no movimento secundarista, nas manifestações contra a ditadura militar. Estudou História na USP. Ingressou nas fileiras da Convergência Socialista, em 1980. Desde então fez parte do Alicerce da Juventude Socialista, fundou o PSTU e estava na direção da LIT-QI (Liga Internacional dos Trabalhadores).
No movimento sindical, construiu traçou caminhos imprescindíveis para a organização da classe trabalhadora brasileira. Foi fundamental para a organização de oposições sindicais e construção de direções em diversas categorias.
Em 1982, ao ingressar no movimento operário, participou e ajudou a construir o MOSMSP (Movimento de Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo). Trabalhou na Monark, fábrica de bicicletas na Zona Sul de São Paulo, num momento de grande efervescência social e greves operárias que se enfrentavam com a patronal, mas também com o regime que considerava as greves ilegais. Demitido da Monark, trabalhou na metalúrgica Magal, na Horasa, fábrica de relógios, do qual foi novamente demitido após uma greve no final de 1985. Integrou, em 1986, a direção da CUT estadual São Paulo.
Com dificuldade de conseguir emprego devido às perseguições políticas, se mudou de estado, ação repetida por diversas vezes durante a militância. Assim, teve papel fundamental em metalúrgicos de Minas Gerais, metalúrgicos de São José dos Campos, onde organizou a direção da regional a partir de 1987, voltando outras vezes para atuar nessa regional. Organizou nacionalmente o trabalho sindical petroleiro do PSTU, com atuação destacada na Greve dos Petroleiros de 1995. Esteve na Bahia e outros estados.
Foi nesta atuação em diversas categorias que cumpriu papel fundamental na organização da CSP-Conlutas.
Além disso, sempre teve um papel nas políticas estratégicas da esquerda e na questão da autodefesa da classe trabalhadora.
Américo foi anistiado político em outubro de 2013, na Caravana da Anistia dos perseguidos políticos da Convergência Socialista pela ditadura.
Internacionalista, o companheiro sempre foi vanguarda nas campanhas internacionais e, desde 2015, esteva na direção da LIT-QI (Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional), por meio da qual atuou principalmente em países da América Latina.
A CSP-Conlutas lamenta profundamente a perda de Américo e se compromete a honrar todo seu esforço na organização da classe trabalhadora para a luta e revolução socialista.
Nossa Central se solidariza com toda a militância do PSTU, companheiros e campanheiras de luta e amigos. Assim como seu irmão, Emilio, e o filho, Vinícius.
Américo presente! Até o socialismo, sempre!