A nova presidenta do PT do estado que costuma definir o resultado da eleição presidencial é a deputada estadual Leninha, primeira mulher negra a comandar o partido em Minas Gerais. “Eu fico ‘primeirando’ as coisas como mulher e mulher negra das periferias. Fui eleita a primeira deputada estadual negra do PT na legislatura anterior, a primeira vice-presidenta da Assembléia em 200 anos de parlamento; a primeira mulher negra a ocupar um cargo também de destaque na mesa diretora e agora a primeira presidenta negra do PT de Minas Gerais”, declarou ela na manhã desta quarta-feira (13).

Em entrevista ao programa Café PT da TvPT, Leninha declarou que quer liderar um processo que concentrará esforços para culminar com a reeleição do presidente Lula em 2026. Para isso, defendeu o uso intenso das redes sociais, enquanto planeja a reorganização interna do partido com a retomada de processos importantes de formação, além da abertura do diálogo com a sociedade. A deputada quer atuar para o fortalecimento do PT em cada cidade e trabalhar para o aumento das bancadas legislativas federais e estaduais.

Questionada sobre o papel do PT para reeleger o presidente Lula em 2026, ela foi categórica. “O nosso principal papel é ocupar as redes sociais”, afirmou, ao apontar que é preciso intervir nas narrativas da extrema direita que têm muita repercussão nas redes. “Precisamos ter um bom palanque para o presidente Lula, mobilizando a militância e cobrir todo o estado. Precisamos aumentar nossas bancadas, nos organizar e fortalecer para enfrentar a extrema direita fascista”, ressaltou, ao ver sua organização no estado.

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“Por isso precisamos rearticular nossas forças para enfrentar os fascistas que estão presentes na política de Minas Gerais. Estamos falando da extrema direita nas redes sociais lacrando, com muita denúncia e pouca resolutividade para os problemas que o Minas e o Brasil têm”, disse.

O partido, segundo ela, precisa de estratégias para discutir com a nova classe trabalhadora, que vive a ‘pejotização’, ‘uberização’, além de temas como o fim da escala 6×1.

“A gente precisa usar muito as redes para dizer à sociedade, principalmente aos mais empobrecidos, quais são os nossos projetos? O fim da escala 6×1, a taxação dos mais ricos, por exemplo. A gente precisa transformar isso numa linguagem mais simples, explicar de forma clara porque queremos cobrar imposto sobre navio, jet ski e helicóptero da mesma forma que cobra de quem tem uma motocicleta, de quem tem um carro”, avaliou, ao parabenizar o PT por ter dado lições de sabedoria no uso da inteligência artificial.

Comunicação acertada e inclusão politizada

“Eu acho que o PT está acertando a estratégia de comunicação, ela melhorou muito nos últimos tempos. A gente sabe que a produção de fake news contra o nosso governo é intensa. Há um núcleo de comunicação perversa que desconstrói tudo aquilo que a gente vem construindo numa linguagem também muito simples e que as pessoas aceitam aquilo como verdade. Então a nossa verdade precisa ser dita para a população”, analisou, ao alertar que é preciso sempre reforçar o nome do presidente Lula como o autor dos programas sociais.

“É fundamental a gente evidenciar muito a figura do presidente Lula, suas políticas, é ele que está garantindo dignidade e cidadania. É preciso fortalecer essa inclusão politizada, não dá para a pessoa conquistar uma casa e achar que foi a obrigação do estado. De fato deveria ser, mas é um compromisso do presidente”, observou, ao dizer que muitos estudantes do Pé de Meia acham que o programa é do governo estadual.

PED reafirma compromissos com o Brasil

A cada Processo de Eleição Direta (PED), Leninha vê a reafirmação do compromisso do PT com o país. “Eles dizem que o PT é um partido que eles querem destruir, a extrema direita vive falando isso, mas a cada PED, nós reafirmamos esse compromisso com o país e a cada PED a gente vem dar um recado para a eles. Nós somos um partido forte e seguiremos sendo um dos maiores partidos da América Latina, quiçá do mundo e a gente segue firme na ampliação das bases”, ressaltou.

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Leninha afirma que recebeu a missão de presidir o PT mineiro com muita alegria, responsabilidade e maturidade diante dos desafios. “A prática da melhor política pressupõe o respeito, a escuta qualificada e a construção de pontes e não de muros. Precisamos criar pontes com a sociedade, dialogar e é isso que eu estou disposta a fazer nesse novo cargo que vou assumir a partir do dia 5 de setembro”, destacou.

Ela fez uma avaliação muito positiva do PED, processo que representou a confirmação da democracia interna do PT e um exemplo para a democracia do Brasil. “O PT quando convoca toda a sua militância e faz um exercício da democracia partidária. O PT é o único partido no Brasil que faz desse processo, fundamental para fazer os enfrentamentos, foi um momento muito importante de retomada da militância mais antiga com a juventude que vem chegando”, lembrou.

O maior PED da história, segundo Leninha, mostra a força do partido. “Eles dizem que o PT é um partido que eles querem destruir, a extrema direita vive falando isso, mas a cada PED, nós reafirmamos esse compromisso com o país e em cada PED a gente vem dar um recado para a eles: nós somos um partido forte e seguiremos sendo um dos maiores partidos da América Latina”, assinalou.

Organização do campo progressista

Leninha afirmou que o PT conta com o PV e o PCdoB, e Rede e PSOL “que sempre estiveram conosco”, e conversas com o PSD, que tem dois nomes – Alexandre Silveira e Rodrigo Pacheco – e que compõe a boa base do governo Lula. “Eles são nomes prováveis para disputar o governo em Minas Gerais, com o apoio do PT”, disse, ao falar de um desafio “que não é segredo para ninguém. O PSD que hoje abriga o (senador) Rodrigo Pacheco, o PSD que hoje abriga o ministro (das Minas e Energia) Alexandre Silveira, é um partido que tem o seu presidente líder do governo Zema na Assembleia Legislativa, um desenho completamente contraditório”, assinalou.

O campo progressista em Minas está indefinido em relação aos nomes, segundo a deputada, mas está definido que vai fazer enfrentamento. Ela analisou os movimentos do governador Romeu Zema que está se lançando à presidência e que indicou seu vice como candidato à sucessão. Há outro grupo liderado pelo PL que também já está em campanha para o governo de Minas.

“De um lado temos duas forças da extrema direita e de outro lado os progressistas. Não está nada fácil aqui, mas a gente tem coragem, tem força e esperança de que a gente possa de fato fazer um bom processo e ter um desfecho bem favorável”, sinalizou.

Ainda este ano Leninha disse que mapeará nomes das principais lideranças para compor a chapa. “O PT de Minas quer virar o ano sabendo para onde vai, sabendo quais são os nomes que vão compor nossa chapa de deputado federal e estadual e também abrir o debate sobre o Senado em Minas Gerais. Vamos mobilizar a nossa militância, que é a melhor. Os partidos de direita sempre elogiam a nossa capacidade de mobilização”, afirmou.

Da Redação

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Last Update: 13/08/2025