O presidente nacional do PT, Edinho Silva, esteve em Sergipe na manhã deste sábado (6), no encontro estadual do partido, que deu posse ao novo presidente, senador Rogério Carvalho. Edinho foi enfático na defesa do fortalecimento e união do PT contra a anistia, pela derrota do fascismo, reeleição do presidente Lula e conclamou a todos para ocupar as ruas neste domingo, 7 de setembro.

“É amanhã que nós temos que tomar as ruas. É preciso mobilizar nas redes e nas ruas. É um momento decisivo da nossa história. Não há como recuar. Ou nós vencemos esse embate ou nós vamos destruir o futuro das novas gerações. O Brasil não pode aceitar o fascismo. Nós não temos o direito de entregar para quem vem depois de nós um país fascista, racista homofóbico, machista. Temos que levantar a nossa voz contra a anistia”, salientou.

Anistia, detalhou o presidente do PT, significa o Brasil normalizar que o perdedor de uma eleição tem direito de organizar golpe e assassinatos. “Esse não é o Brasil que queremos. Aqui quando se ganha eleição a gente respeita resultado. Aqui quem planejou assassinato é criminoso e vai para a cadeia”, afirmou, ao apontar a importância do povo brasileiro dizer ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que Lula tem apoio popular.

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“Por isso que o 7 de setembro é tão importante para nós. Amanhã temos que ter manifestação em defesa do Brasil, da soberania nacional, da distribuição da renda, da redução da jornada, do passe livre. Amanhã é o dia de nós dizermos ao Brasil que o Lula tem apoio e que não somos ‘puxadinho’ dos Estados Unidos, que nós não somos quintal norte-americano, que nós somos um país soberano”, ressaltou.

Na presença de várias lideranças municipais, entidades e movimentos sociais sergipanos, Edinho alertou para a grande responsabilidade que tem o PT diante da gravidade do que se passa no país.

“Temos a responsabilidade de dirigir o nosso partido no momento mais crítico da história mundial e da história brasileira”, assinalou. “Dirigimos um partido que tem uma escolha e a nossa escolha é a classe trabalhadora brasileira. E o centro da nossa tática nesse momento é a reeleição do presidente Lula”, sentenciou.

Lula reeleito, fascismo derrotado

Um novo mandato para Lula a partir de 2027 significa a derrota do fascismo no Brasil. “É preciso dizer em alto e bom tom ao mundo que aqui no Brasil nós não aceitamos fascismo! Aqui no Brasil nós não aceitamos fascistas! É isso que está em disputa em 2026. Nada é maior do que isso, nada pode ser mais importante que a reeleição do presidente Lula”, asseverou.

Edinho avaliou que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial com o Holocausto, que foi a maior tragédia na história da humanidade, o mundo não viveu nada tão grave como o que vive hoje, com países da Europa dominados pelo fascismo e os Estados Unidos comandados pelo “maior líder fascista do século 21”, Donald Trump.

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A reeleição do presidente Lula significa a continuidade da reconstrução do Brasil diante das forças fascistas que Bolsonaro organizou e destruíram o país.

“Bolsonaro produziu os quatro anos mais destrutivos da história brasileira, não só pelo mal que ele fez às políticas públicas, mas porque é responsável por mais de 700 mil mortes de brasileiros e brasileiras. E nós não podemos permitir que o povo brasileiro se esqueça”, reiterou.

Edinho foi enfático ao condenar a renúncia fiscal milionária e disse que é preciso ter coragem de enfrentar o debate com aqueles que não pagam impostos. “Não tem nada semelhante no mundo. Um país como o Brasil ter uma renúncia fiscal de R$ 860 bilhões”, ressaltou, ao falar da urgência de pautas importantes para a população como a democratização da renda com a taxação dos ricos, o fim da escala 6×1, a aprovação da isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil e desoneração para quem ganha até R$ 7 mil.

“Enquanto alguns deixam de pagar tributos, gerando a maior renúncia fiscal do planeta, é a classe trabalhadora que carrega nas costas o ônus para que o estado brasileiro funcione, para que tenha SUS, PAC, Minha Casa Minha Vida. Está errado, não existe desoneração eterna”, assinalou, ao pedir que haja desoneração fiscal justa. “Quando a renúncia fiscal não tem data para terminar, isso se chama privilégio”, denunciou.

Agenda de mobilizações

O novo presidente do PT de Sergipe, senador Rogério Carvalho, é peça fundamental para a construção do projeto nacional do partido, na visão de Edinho, que falou da necessidades de mobilizações nas ruas e nas redes.

“O PT é o maior instrumento construído pela classe trabalhadora brasileira. Temos que fazer mobilizações e mais mobilizações”, salientou, ao apontar as responsabilidades do partido e pedir a volta às bases.

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“Criamos a Secretaria Estadual de Nucleação. Vamos voltar a fazer organização de base”, disse ele, ao repetir o pedido que fez na noite de sexta-feira (5) à nova presidenta do PT de Minas, Leninha. Edinho reiterou que dentro do partido pode-se ter divergências e que não há espaço para projetos pessoais. O adversário, segundo ele, está do outro lado da trincheira, organizando o fascismo no Brasil.

Nas próximas eleições, o partido quer fortalecer as bancadas mas nada será maior do que a construção da vitória do presidente Lula. “É hora de construção da unidade, nós somos um único PT. O fascismo e o autoritarismo estão do outro lado o autoritarismo está do outro lado. Queremos construir um Brasil de igualdade de oportunidades e derrotar o racismo, a homofobia, o machismo e todas as formas de opressão e preconceito”, concluiu Edinho.

PT sempre respeitou a democracia

Em sua fala no evento de posse, o novo presidente do PT de Sergipe, senador Rogério Carvalho destacou a força do partido como instrumento de mudança na vida dos brasileiros e que sempre respeitou a democracia.

“Esse povo não respeita (a democracia) e eles não se respeitam. Pode ter certeza que a Carla Zambelli vai delatá-los porque eles não se respeitam, eles não têm relações de qualidade verdadeira. Eles se traem o tempo”, avaliou, ao falar da qualidade da militância petista.

“Ninguém veio porque ganhou dinheiro. As pessoas vieram aqui porque acreditam, porque têm compromisso. Estamos aqui porque temos uma causa, porque sabemos o que a gente quer e porque lutamos pelo que a gente sonha”, afirmou Rogério, ao reforçar que Lula defende o multilateralismo e a paz contra a violência e o belicismo.

Ouça entrevista de Edinho Silva ao jornal O Tempo

“Lula é hoje uma esperança para o mundo democrático, para o mundo solidário, para o mundo que quer essa grande aldeia chamada Gaia viva em harmonia e que as pessoas vivam com dignidade”, destacou.

Na Bahia, em agenda durante a tarde, Edinho foi questionado sobre sua avaliação do Processo de Eleição Direta do PT e destacou que o resultado foi um sucesso. “O PED é um sucesso. É o único partido do Brasil que realiza uma direção direta, na base, ouvindo seu filiado. É o filiado quem decide quem dirige o partido. Tivemos um PED com mais de 547 mil filiados participando. Claro que existem problemas e divergências, mas temos estrutura para resolver divergências, que são processos naturais”, disse.

Last Update: 06/09/2025