Realizado entre os dias 1º e 3 de agosto, em Brasília, o 17º Encontro Nacional do PT foi palco de importantes decisões e deliberações que marcam o novo momento da legenda para as mulheres do partido.  

“O papel das mulheres é fundamental, mas é importante registrar que nós somos o único partido que tem paridade de ponta a ponta. Nós fizemos uma eleição que, agora, coroa com esse encontro nacional. As delegações vêm assim, paritárias. E essa é a diferença de ser do Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores: todas as mulheres participam. Por isso, a gente segue na batalha porque de ponta a ponta desse país você encontra uma mulher petista no processo de organização, de liderança, e também mulheres que são parlamentares, prefeitas, deputadas, vereadoras. Isso é muito importante porque demonstra a força do nosso partido, mas, principalmente, o protagonismo das mulheres”, afirmou Anne Moura, secretária nacional de Mulheres, em entrevista à TV PT.

No primeiro dia da atividade foi realizada a Plenária Nacional das Mulheres do PT, que reuniu companheiras da Secretaria Nacional de Mulheres, do Coletivo Nacional, além de prefeitas, vereadoras e parlamentares do Congresso Nacional, e deputadas estaduais. 

No segundo dia, houve encontro dos setoriais do partido com representações das Mulheres, LGBT, Juventude, Igualdade Racial, Meio Ambiente, Agrário e Sindical. Na ocasião, Anne destacou a importância das instâncias temáticas, pois, segundo ela, “se o partido representa, e eu não tenho dúvida disso, o povo brasileiro, se ele é enraizado nos territórios, e possui o tamanho que tem, é porque nós existimos. Por isso, os nossos processos de organização são necessários. Nós só conquistamos uma política afirmativa das secretarias setoriais porque nós nos juntamos”.

Unidade das mulheres petistas na defesa da paridade

Após triplicar o número de presidentas estaduais ao eleger seis mulheres, o conjunto da militância do partido reforçou o seu compromisso com a pauta das mulheres e com a paridade de gênero. 

Prova disso foi a leitura feita ao conjunto dos delegados e delegadas da Carta das Mulheres presentes no dia 2, da Carta das Mulheres do PT (ler abaixo), documento que contém uma série de defesas e apontamentos que as companheiras do Coletivo Nacional e da SNMPT entendem como necessários que a nova direção do PT saiba.  

Durante a apresentação do texto, Anne Moura, ao lado de companheiras do Coletivo e da Direção Nacional do PT, reforçou a importância do documento, que é fruto de um trabalho em parceria construído com todas as companheiras. 

“Nós queremos, sim, paridade para valer na ocupação dos cargos estratégicos. Vocês sabem que a gente tem o projeto Elas por Elas, que fortalece a presença das mulheres da política, mas ainda há muito o que fazer. Principalmente se tornar um lugar onde não tenha violência e enfrentar todos os tipos de violência, incluindo a violência política de gênero dentro e fora do partido. Por isso eu estou aqui com as companheiras, e nós vamos apresentar esse documento de unidade a esse encontro”, explicou a secretária nacional das Mulheres, Anne Moura.

A prefeita de Contagem (MG), Marília Campos, elogiou a mobilização das mulheres e o  documento com observações políticas, que envolvem não só questões específicas das mulheres, mas um posicionamento geral sobre o Brasil e sobre as cidades: “Esse protagonismo é fundamental, porque nós temos um jeito diferente de fazer política, e essa diferença tem que estar contemplada na luta, na estratégia geral e nas táticas eleitorais para eleger presidente Lula, mais deputadas, deputados, senadores e senadoras, prefeitos e prefeitas.”

Íntegra da Carta: 

CARTA MULHERES DO PT AO ENCONTRO NACIONAL DO PT

Somos um partido historicamente comprometido com a igualdade de gênero, e composto em sua maioria por trabalhadoras. Nascemos com a marca da luta das mulheres desde sua fundação. Portanto entendemos que o enfrentamento a todas formas de violência de gênero e o fortalecimento da autonomia das mulheres deve ser um compromisso permanente com a paridade, a igualdade e equidade dentro e fora do PT.

Estamos juntas com companheiros e companheiras em todas as frentes do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras para que o machismo, o sexismo e o racismo não se reproduzam em nossas fileiras e não seja uma prática banalizada e silenciada. 

Compreendemos que o papel delegado às mulheres na sociedade patriarcal, machista, racista e capitalista restringe seus potenciais e oprime sua força vital. Portanto, atuamos, todos juntos e juntas, para que o partido vá na contramão desse processo, fazendo do PT um espaço de acolhimento, autonomia e fortalecimento das mulheres, onde elas ocupem cargos estratégicos nas composições de modo a avançar na consolidação da paridade de gênero. Para isso, vamos combater todas as formas de violência contra as mulheres, sobretudo a violência política de gênero, que impede as companheiras de avançarem em suas trajetórias de militância. 

Avançamos também na profunda compreensão do uso do tempo e do espaço que as trabalhadoras ocupam na reprodução social e da vida, e atuamos de modo a estimular a militância feminina, organizar atividades que forneçam condições de participação, dividir responsabilidades e a distribuição de tarefas que rompam com os estereótipos de gênero e a divisão sexual do trabalho; e sejam condizentes com as diversas realidades das mulheres trabalhadoras.

Dessa forma, seguiremos avançando por mais mulheres na política, abrindo espaço para as trabalhadoras em todas as frentes nos espaços estratégicos, eleitorais e institucionais, fortalecendo o partido para as disputas de 2026, garantindo uma distribuição justa e democrática do Fundo Eleitoral, que contemple o conjunto das mulheres do PT. Confiantes nas mulheres, da base à direção, para que juntos e juntas sigamos em marcha por um Brasil soberano, justo, democrático e igualitário.

SNMPT e Coletivo Nacional de Mulheres 

Compromisso das eleitas do PT com a reeleição de Lula

Durante os três dias do encontro, diversas companheiras do partido reforçaram a importância de a militância estar preparada para trabalhar para reeleger o presidente Lula. 

A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) lembrou que as mulheres são a maioria do eleitorado e parabenizou a organização das mulheres por meio do programa de formação “Elas por Elas”. A companheira destacou que foi a partir dessa unidade que o PT conseguiu eleger a primeira mulher para a Presidência da República: “A importância deste momento nos traz a responsabilidade de triplicar cada vez mais nossas atividades políticas, trazendo as mulheres para a reeleição de Lula. Temos toda uma batalha de base, estamos aí, fazendo trabalho, conversando com todas as mulheres. Agora é hora de entrarmos com tudo nessa campanha, porque Lula tem que ser reeleito, e quem pode garantir essa reeleição são as mulheres.”

Para a representante do PT de São Paulo na Câmara do Deputados, Juliana Cardoso, tem sido por meio do governo do presidente Lula que o Brasil conseguiu retomar as políticas com foco nas mulheres: “É com ele que as políticas para as mulheres avançam, é com ele que nós vamos enfrentar principalmente a falta das políticas públicas. É com o governo do presidente Lula que a gente garante a política pública para as mulheres”.

A também deputada federal e coordenadora da Bancada Feminina, Jack Rocha (PT-ES), afirmou que não existe democracia nem soberania sem a participação das mulheres: “Portanto, a gente luta para que as mulheres tenham cada vez mais protagonismo, participação política e voz nas decisões que vão colocar luz sobre o debate que vem sobre o nosso programa em 2026, 2028, sobre o futuro do PT em diversos tipos de tema. Nós sabemos que quando uma mulher entra na política, muda a política”. 

Ana Paula Lima, deputada federal (PT-SC), classificou a Secretaria Nacional das Mulheres como um espaço é importante, “Para que a gente possa unificar o nosso discurso, fortalecer a participação das mulheres nas decisões políticas e encorajar companheiras para que no próximo ano, possamos fazer um enfrentamento na defesa da democracia, da soberania do Brasil, para que a gente possa eleger mais mulheres para os espaços de decisão”.

A nova presidenta do Diretório Estadual do PT na Paraíba e deputada estadual, Cida Ramos, destacou o compromisso do partido com as mulheres e também com as pessoas com deficiência: “A minha eleição é bem representativa. Após 45 anos de existência do PT, eu fui a única mulher a se inscrever e a disputar a eleição na Paraíba para o diretório estadual, concorrendo com mais outras três chapas. Quero dizer que essa vitória é simbólica também porque sou uma mulher com deficiência, e essa foi a forma que o partido disse ao povo paraibano que o lugar de todas as pessoas, inclusive as pessoas com deficiência, é na política é construindo um amanhã bem melhor do que o hoje”. 

Também eleita para assumir a presidência do Diretório Estadual mineiro, a deputada estadual Leninha (PT-MG) relembrou que o estado de MG é tido como o pêndulo das eleições nacionais, “Por isso é muito importante que a gente entenda a responsabilidade que nós temos para reeleger novamente Lula”.

A companheira do MST e deputada estadual Rosa Amorim (PT-PE) ressaltou a organização das mulheres do PT: “É muito importante dizer que nesse partido tem muitas mulheres organizadas para defender a nossa democracia, porque sem mulheres na política não há democracia e esse partido junto com as suas mulheres estão na linha de frente para conduzir a reeleição do nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

A vereadora de Campinas Paola Miguel (PT-SP) afirmou que as mulheres foram fundamentais e decisivas para a eleição em 2022 do presidente Lula: “Para o Lula 4, a gente precisa ser o centro do poder, e precisamos pensar cada vez mais em políticas públicas, não só de enfrentamento à violência, mas de empoderamento, de emancipação, principalmente para as mulheres negras, periféricas, para as mulheres trans, para as mulheres lésbicas. E a gente vê muitas vezes o nosso papel, nosso município sendo fundamentais para que a gente consiga avançar com as políticas públicas”.

A vereadora de Porto Alegre (RS), travesti e ativista pelos direitos humanos e das pessoas LGBTI+, e líder da bancada do PT na Câmara Municipal, Natasha Ferreira, reforçou que, em 2022, foram as mulheres que elegeram as grandes bancadas de esquerda e também promoveram a reeleição do projeto nacional liderado por presidente Lula. “Agora, nas próximas eleições de 26, as mulheres têm principalmente o papel não somente na reeleição de Lula, mas também de eleger mais mulheres para o Congresso Nacional, para as câmaras municipais e assembleias. O nosso projeto precisa incluir as mulheres como centros de um debate para, de fato, desenvolver o nosso país”.

Da Redação do Elas por Elas

 

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Last Update: 05/08/2025