O Nordeste ultrapassou o Sul e tornou-se a segunda maior região do país em número de startups, com 23,5% do total, segundo o Sebrae. Durante séculos, o Nordeste foi periferia econômica de um país que concentrou renda, capital humano e infraestrutura no eixo Sudeste. O que assistimos agora é o esboço de uma nova dinâmica regional, impulsionada pela criatividade popular e por setores como tecnologia, saúde e educação — áreas menos dependentes da estrutura física herdada do subdesenvolvimento. Cidades como Recife, Fortaleza e Natal, simbolizam esse novo ciclo, onde o capital simbólico e o conhecimento tomam o lugar da monocultura e do assistencialismo. O aumento da presença feminina no comando dessas iniciativas indica, também, uma ruptura cultural. O Nordeste não apenas resiste: ele inova. Esse é o sinal de um desenvolvimento que nasce de baixo para cima – e não mais imposto de fora. Trata-se de um passo simbólico rumo a um modelo de desenvolvimento mais descentralizado, enraizado em vocações locais e na superação do histórico desequilíbrio federativo. (Foto/reprodução internet)
