Em atividade promovida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, ministra das Mulheres destacou a retomada da Casa da Mulher Brasileira, os Centros de Referência e o Ligue 180

Na primeira agenda internacional à frente do Ministério das Mulheres, a ministra Márcia Lopes participou, na semana passada, do evento “Diálogo Regional de Políticas 2025 – Violência contra as Mulheres: Rumo a uma Abordagem Abrangente e Coordenada”.

Promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o encontro reuniu 85 participantes representando 19 governos da América Latina e do Caribe, incluindo Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, República Dominicana, Trinidad e Tobago e Uruguai.

A atividade serviu como palco para a troca de experiências sobre ações relacionadas ao combate à violência doméstica na região, e abordou temas como a utilização de dados para a formulação de políticas eficazes; estratégias integradas e coordenadas de prevenção e resposta; e a interseccionalidade da violência.

Segundo o MMulheres, durante o painel “Avanços e desafios no enfrentamento da violência contra mulheres na América Latina e no Caribe” , a ministra Márcia Lopes destacou o resgate do Programa Mulher Viver Sem Violência e os resultados obtidos com iniciativas como as Casas da Mulher Brasileira, os Centros de Referência da Mulher Brasileira e a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.

Também foram citados o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, que envolve ações de 10 ministérios, e a campanha permanente pelo Feminicídio Zero. Márcia Lopes defendeu que, diante da urgência do tema na região, as respostas mais eficazes devem ser multissetoriais e federativas.

“No Brasil, o maior desafio é darmos uma resposta coordenada entre União, estados e municípios, integrando justiça, segurança pública, saúde, educação, assistência social e cultura. Temos fortalecido nossas articulações por meio de pactos e editais com transferência de recursos para prevenir e salvar a vida de cada mulher”, salientou a ministra.

Foco na cooperação regional 

Ainda segundo o MMulheres, em reunião bilateral com a ministra das Mulheres do Paraguai, Cynthia Figueredo, Márcia Lopes reforçou a cooperação entre as nações para o enfrentamento à violência de gênero e ao tráfico de pessoas.

O diálogo foi uma continuidade da conversa iniciada entre os países durante a 69ª Comissão sobre a Situação da Mulher da ONU (CSW), em fevereiro. O combate ao tráfico de pessoas, especialmente na região de fronteira em Ponta Porã foi um dos destaques da conversa.

A ministra Márcia Lopes ressaltou a importância da proximidade entre os dois países e elogiou o engajamento paraguaio nos fóruns regionais, destacando a relevância das contribuições do país a serem discutidas na Conferência dos Estados Partes da Convenção de Belém do Pará (MESECVI), que será realizada em dezembro, no Brasil, em comemoração aos 30 anos do tratado.

Os desafios da Reunião de Ministras e Altas Autoridades da Mulher do MERCOSUL (RMAAM) também foram pontuados no encontro, informou o Ministério, assim como a necessidade de propostas que impeçam retrocessos para as mulheres da América Latina, sobretudo diante da condução unilateral dos trabalhos por parte da Argentina – presidente pro tempore.

Márcia Lopes salientou que o Brasil assumirá a presidência pro tempore do MERCOSUL no segundo semestre deste ano e pediu o apoio do Paraguai para retomar a agenda de avanços pactuada nas gestões anteriores. A expectativa é que a próxima RMAAM seja mais participativa e comprometida com os direitos das mulheres na região.

América Latina e Caribe vivem onda de violência contra a mulher

O Ministério das Mulheres alertou que a região enfrenta números alarmantes: estima-se que 1 em cada 4 mulheres entre 15 e 49 anos tenha sofrido violência física ou sexual em algum momento da vida — proporção que sobe para 1 em cada 3 quando se inclui a violência por agressores que não são parceiros íntimos.  A América Latina e o Caribe também apresentam uma das taxas mais altas de feminicídio do mundo, com 4,17 homicídios a cada 100 mil mulheres — mais que o dobro da média global.

Essa violência provoca impactos devastadores na vida das sobreviventes, de suas famílias e de toda a sociedade. Um dos eixos centrais do “Diálogo Regional de Políticas 2025” foi a troca de experiências, como o caso do programa Ciudad Mujer e dos Centros de Esperança e Justiça (Hope and Justice Centres) da Guiana — iniciativas que oferecem atendimento integral às sobreviventes e estão sendo implementadas em diferentes países da região.

Outro destaque é o papel essencial dos dados e das evidências na formulação de políticas públicas eficazes. Foram discutidos avanços na interoperabilidade de sistemas de informação e a necessidade urgente de dados confiáveis, oportunos e comparáveis para desenhar programas, monitorar casos de violência e avaliar os resultados das intervenções.

Da Redação do Elas por Elas, com informações do MMulheres 

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Last Update: 09/06/2025