No Congresso dos EUA, Paulo Figueiredo pede sanções contra Moraes em até 30 dias

O jornalista bolsonarista Paulo Figueiredo. Foto: reprodução

O ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo, neto do ditador João Figueiredo, pediu formalmente à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos que recomende sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em até 30 dias. O depoimento ocorreu nesta terça-feira (24) em Washington, como parte de uma audiência sobre supostas violações transnacionais de direitos humanos.

“Os EUA têm ferramentas poderosas, como a Lei Magnitsky. Eu urjo para recomendarem sanções a Moraes nos próximos 30 dias”, afirmou Figueiredo, que mora nos EUA há dez anos. O ex-comentarista acusou o ministro de atuar como “ditador disfarçado de juiz” e de perseguir opositores, incluindo brasileiros em solo estadunidenses.

A audiência contou com a presença do co-presidente da comissão, o democrata James P. McGovern, mas teve baixa participação de congressistas. Em alguns momentos, McGovern discordou publicamente de Figueiredo, especialmente quando o brasileiro criticou o inquérito das fake news do STF.

O pedido de Figueiredo faz parte de uma estratégia de aliados de Jair Bolsonaro (PL) para pressionar o governo dos EUA a agir contra Moraes.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente mora nos EUA, tem sido um dos principais articuladores desse movimento. A expectativa do grupo é que o ex-presidente Donald Trump, caso eleito em novembro, implemente sanções contra o ministro.

Figueiredo citou outros casos que considera abusos de Moraes, incluindo ações contra o bolsonarista Allan dos Santos, o bilionário Elon Musk (dono do X, ex-Twitter) e Chris Pavlovski, CEO da plataforma Rumble. O ex-comentarista também rebateu acusações do ministro, que o chamou de “fugitivo” em sessão do STF.

“Hoje, Moraes me insulta me chamando de fugitivo. Ele alega que tem um mandado secreto contra mim, e eu não fui formalmente condenado, e nem sei se meu nome está na Interpol”, afirmou.

A discussão sobre liberdade de expressão gerou atritos entre Figueiredo e McGovern. Quando o brasileiro afirmou que o inquérito das fake news é usado para perseguir conservadores, o democrata respondeu que eles “concordariam em discordar” sobre o assunto.

Em outro momento, Figueiredo questionou McGovern sobre a existência de políticos presos nos EUA, após o congressista mencionar que não se sente seguro como legislador devido a casos recentes de violência policial. O democrata citou o episódio em que o senador Alex Padilla foi algemado durante protestos na Califórnia.

Figueiredo é alvo de investigação na PGR (Procuradoria-Geral da República) por suposta participação em atos golpistas após as eleições de 2022. O ministro Moraes já determinou o cancelamento de seu passaporte brasileiro.

O ex-comentarista encerrou seu depoimento com um alerta: “Se os EUA não tomarem uma atitude contra Moraes, o Brasil pode virar ‘uma Venezuela’”. A referência ao país governado por Nicolás Maduro foi usada para sugerir um suposto risco autoritário no Brasil.

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