O PSTU a apresenta para concorrer às eleições para a Prefeitura de Niterói os companheiros Danielle Bornia, dirigente e ativista do movimento sindical e do movimento de mulheres e LGBTIs há muitos anos. É trabalhadora da educação e vive, junto com a categoria, a incerteza e a precarização do trabalho docente provocada pela implantação por Cláudio Castro do Novo Ensino Médio. Nascida em Campo Grande (MS), veio para Niterói com 19 anos de idade para estudar na UFF. Participou e organizou diversos movimentos, como a Greve Geral de 2017, a Greve pela Vida em Niterói durante a pandemia, as manifestações do 8 de março e a Greve da Rede Estadual de 2023.
Dani foi candidata a prefeita de Niterói em 2016, bem como a vereadora e deputada estadual em outros pleitos, sem nunca abrir mão de sua independência diante de empresas e governos, sem nunca colocar a disputa por um mandato acima das necessidades da classe trabalhadora, sem nunca abrir mão da construção de uma sociedade controlada pelos trabalhadores, uma sociedade socialista.
Sérgio Perdigão, pré-candidato a vice-prefeito, também é trabalhador da educação das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro. Está nas lutas contra a exploração, as opressões como o machismo, o racismo e a lgbtifobia, na educação e na sociedade.
Niterói na propaganda da prefeitura é a cidade qualidade de vida, a cidade sorriso. Mas existe outra Niterói, que a propaganda não mostra. O desemprego é uma realidade presente, principalmente entre os jovens negros. A população moradora de rua cresce a olhos vistos. O município que se orgulha de ter entrado na rota dos empreendimentos imobiliários de alto luxo e de ser ter o terceiro maior IDH do país, é o mesmo que vê crescer a miséria, o desemprego e o subemprego.
Profissionais de educação em Niterói recebem menos que o piso nacional da categoria. Muitas escolas sofrem com falta de professores e pelo menos 3 mil crianças estão fora das creches. Mesmo assim, o prefeito Axel Grael se nega a convocar os aprovados nos concursos anteriores e chegou a suspender a convocação de 150 profissionais. Na saúde, vários hospitais e postos de saúde sofrem com estrutura física deteriorada e falta de insumos básicos. Além disso, 1/3 dos profissionais possuem vínculos precários.
Queremos garantir que todo trabalhador e trabalhadora possa ter emprego, moradia, saúde e educação pública e de qualidade, acesso à cultura e lazer. Para isso, é preciso enfrentar os banqueiros e os bilionários, donos das grandes empresas. Romper com a Lei de Responsabilidade Fiscal para investir em naquilo que a população trabalhadora precisa. Os trabalhadores precisam governar a cidade e o país, através de conselhos populares.
SOMOS OPOSIÇÃO DE ESQUERDA, REVOLUCIONÁRIA E SOCIALISTA AOS GOVERNOS LULA, CLAUDIO CASTRO E AXEL GRAEL
Enquanto Jordi faz de tudo para bajular Bolsonaro, Talíria e Rodrigo Neves disputam para saber quem é mais lulista. Ao contrário deles, nós não temos medo de nos apresentar como OPOSIÇÃO DE ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA E SOCIALISTA a todos os governos que atacam os trabalhadores.
Lula, Alckmin e cia não tem governado para os trabalhadores, nem colocado o pobre no orçamento, como eles gostam de dizer. São os ricos e os banqueiros que têm prioridade no orçamento do governo, que vem atendendo aos bilionários capitalistas, como vimos com a liberação de R$ 300 bilhões para as grandes empresas do setor industrial, o Plano Safra de R$ 400 bilhões para engordar os cofres do agronegócio e a reforma Tributária que não diminuiu um centavo dos impostos que os pobres pagam.
Enquanto isso, para os trabalhadores é o reajuste zero (como vimos na greve da educação federal) e contes nas áreas sociais para garantir as metas do arcabouço fiscal. Nem mesmo a reverter as privatizações feitas no governo Bolsonaro e barrar o Novo Ensino Médio o governo Lula está se prestando. É esse governo que Rodrigo Neves quer reproduzir em Niterói e que Talíria rasga elogios.
Mas Bolsonaro e seus candidatos não são alternativa para os trabalhadores. São defensores de corruptos e golpistas e querem a volta da ditadura. Jordi é um legítimo representante dessa laia. Defende as escolas militarizadas e a privatização como modelo. Seu grupo político promove a violência racista, machista e LGBTIfóbica, destilando fakew news. O aumento dos moradores de rua na cidade, ele quer resolver expulsando para municípios vizinhos.
No estado do Rio de Janeiro, Claudio Castro aplica de forma brutal o projeto liberal: privatizou tudo que ainda não tinha sido privatizado, incluindo a CEDAE; aplicou aqui a reforma administrativa e da previdência, acabando com a aposentadoria e a carreira de muitos servidores públicos. Tudo para agradar os banqueiros e os bilionários com o Regime de Recuperação Fiscal.
Por isto, os candidatos do PSTU se colocam como OPOSIÇÂO DE ESQUERDA, SOCIALISTA E REVOLUCIONÁRIA ao governo municipal de Axel Grael, mas também ao governo estadual de Cláudio Castro e ao governo federal de Lula e seus aliados de direita.
Os trabalhadores precisam tomar a cidade em suas mãos, tirar Niterói e suas vidas das garras da burguesia, dos ricos exploradores, assumir o comando da cidade e controlar as verbas públicas através dos Conselhos Populares. Sem isso, nada muda e nada mudará de verdade em Niterói. Nossa cidade, o Brasil e o mundo precisam de uma Revolução Socialista! Só assim será possível garantir as medidas necessárias para atender aos interesses da classe trabalhadora e do povo pobre.
Seguem Abaixo as nossas principais propostas:
APOIAR A AS LUTAS DOS TRABALHADORES CONTRA OS PATRÕES E SEUS GOVERNOS
Enquanto escrevemos este texto, lutas importantes estão sendo travadas por segmentos da classe trabalhadora, seja na esfera federal, estadual ou municipal. Servidores públicos federais do meio ambiente e da previdência travam uma dura greve contra a política econômica do governo Lula/Alckmin, por reajuste salarial, melhorias na carreira e investimentos. Assim como trabalhadores dos Correios, que, além do reajuste salarial, lutam contra a precarização dos serviços e o processo de privatização da empresa. Estudantes da UERJ ocupam a reitoria da universidade contra os cortes nas bolsas sociais promovido por Claudio Castro. Em Niterói, profissionais da educação lutam pela convocação dos aprovados nos últimos concursos para suprir a carência da rede.
Nós apoiamos incondicionalmente todas as lutas da classe trabalhadora, seja contra os patrões que nos exploram ou contra os governos que os representam. A mudança profunda que precisamos só pode ocorrer com os trabalhadores organizados e mobilizados, de forma independente de governos e patrões.
A luta dos trabalhadores é internacional. Todo apoio à luta do povo palestino e ucraniano!
EDUCAÇÃO
A prefeitura de Niterói paga a seus profissionais de educação, menos que o piso nacional. O salário defasado, somado à falta de profissionais em muitas escolas, levou os trabalhadores do setor realizar este ano uma greve de 24h em março e uma de 72h em abril. Faltam vagas na educação infantil. Milhares de mães e pais trabalhadores passam anos nas filas e não conseguem matricular seus filhos. O programa Escola Parceira, além de não resolver o problema das filas para creches, não garante educação infantil de qualidade aos filhos dos trabalhadores e é transferência de dinheiro público para a educação privada. Tem uma crise na Educação Especial, pois alunos com necessidades especiais ainda estão sem professores de apoio especializado. Existe um movimento de mães exigindo assistência do governo aos alunos com necessidades especiais. O último concurso público não supre a carência de profissionais e não abriu vagas para cozinheiras escolares. Foi aberta a contratação temporária de cozinheiras, avançando com a terceirização na educação.
– Em defesa da educação pública de qualidade, com mais investimento e valorização dos trabalhadores da educação. 5 salários para professor e 3,5 para funcionários de escola.
– 30% do orçamento para a educação! 6% para educação inclusiva.
– Garantia de professores de apoio especializado para todos os estudantes com necessidades especiais e equipe técnica multiprofissional em todas as escolas;
– Construção de Unidades de Educação Infantil (creches) públicos para atender toda demanda. Tornando desnecessário o Programa Escola Parceira.
– Pela redução de alunos por sala de aula. Abertura de concursos para suprir a demanda de profissionais de educação. Incorporação de todos os terceirizados e conveniados pela prefeitura.
– Abaixo à sauna de aula! Climatização de toda a rede de educação!
– Eleição de todos os diretores e diretoras das escolas municipais pela comunidade escolar.
– Educação sexual nas escolas para que as crianças e jovens possam se proteger.
– Política permanente de combate ao racismo, machismo, LGBTfobia e xenofobia nas escolas, construída de forma transversal e em diálogo com a comunidade escolar, inclusive responsáveis.
– Fortalecimento dos Conselhos Escolares e da Gestão Democrática, buscando maior diálogo, participação e controle pela comunidade escolar.
– Não ao Ensino à Distância nas escolas municipais.
– Apoiar a luta dos profissionais de educação e estudantes contra o Novo Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular.
SAÚDE
Em Niterói, somente dois hospitais atendem emergências: o Carlos Tortelly (municipal) e o Azevedo Lima (estadual). O Hospital Universitário Antônio Pedro (vinculado à UFF), em outros tempos, já cumpriu um papel importante na região com uma emergência que era referência, mas, particularmente desde a seção de sua administração à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), em 2015, reduziu drasticamente o número de leitos e fechou sua emergência ao público externo. A atual prefeitura cedeu a administração tanto do Carlos Tortelly quanto do Azevedo Lima às Organizações Sociais de Saúde (OSS), que embolsam o dinheiro do contribuinte e, em troca, oferecem um péssimo serviço à população. Boa parte dos trabalhadores do setor possui vínculo de trabalho precário, como terceirizações, RPA ou contratos temporários.
É preciso parar de dar o dinheiro suado do contribuinte, em sua maioria trabalhadores pobres, para os grandes empresários vinculados às OSS. Enfrentar os bilionários para investir em saúde de qualidade para a população trabalhadora. Defendemos:
– Fora Organizações Sociais de Saúde Niterói. Nossas unidades de saúde têm que ser administradas de forma direta pelo município, apoiado nos trabalhadores organizados em conselhos populares;
– Efetivação dos profissionais de saúde do município que hoje têm vínculos de trabalho precário, como terceirizações, OS e contratos temporários;
– Construção de um hospital veterinário municipal em Niterói e campanhas permanentes de vacinação animal, inclusive voltadas aos animais de rua;
– Garantia de pagamento do piso nacional para profissionais de enfermagem demais profissionais de saúde;
– Campanha pela revogação do contrato da EBSERH no HUAP;
– Ampliar as campanhas de vacinação, com conscientização inclusive nas escolas;
– Farmácias com oferta de medicamentos gratuitos em todas as unidades básicas de saúde;
TRANSPORTE
Governo após governo, a prefeitura de Niterói alimenta vínculos estreitos com os empresários do transporte rodoviário de passageiros. Em 2018, o então prefeito Rodrigo Neves foi preso, investigado por chefiar uma organização criminosa que executava um esquema de propinas juntos aos dois consórcios de ônibus que operam no município. A tarifa dos ônibus em Niterói é uma das mais caras por quilômetro rodado. Os grandes empresários que controlam o sistema de transporte só pensam no lucro e não na qualidade do serviço prestado e no bem-estar da população.
É preciso enfrentar os grandes empresários de transporte do município. Criar uma empresa municipal de transporte e investir em transporte público de massas. Defendemos:
– Empresa municipal de transporte público, controlada pelos trabalhadores e usuários;
– Redução do valor das tarifas, com tarifa zero para desempregados e pessoas em situação de vulnerabilidade;
– Fim da dupla função motorista-cobrador;
– Estudo para redefinição das rotas a fim de atender a necessidade de todos os bairros;
– Projeto de ciclovias integradas para curtos deslocamentos;
– Apoiar a luta dos trabalhadores pela construção da linha 3 do metrô e da estação de barcas em São Gonçalo (que vai ajudar a desafogar o trânsito também em Niterói);
– Apoiar a luta pela reestatização das barcas, sob controle dos trabalhadores.
EMPREGO E RENDA
Quase 30% da população vive com menos de ½ salário-mínimo (29,5%). 32,7% dos jovens entre 15 e 29 anos está desempregado. E um em cada quatro se declara como autônomo ou trabalhador informal, ou seja, trabalhos precários, sem vínculo empregatício. A situação é ainda mais crítica para os jovens autodeclarados pretos: quase metade (48%) deles está sem emprego. Entre as mulheres pretas, há mais jovens desempregadas que empregadas (53% desempregadas)[1]. A população de rua cresce a olhos vistos, 27,6% nos últimos dois anos[2]. O município que se orgulha de ter entrado na rota dos empreendimentos imobiliários de alto luxo e de ser ter o terceiro maior IDH do país, é o mesmo que vê crescer a miséria, o desemprego e o subemprego.
– É preciso um plano municipal de obras públicas, que vai, ao mesmo tempo, gerar empregos e construir creches, postos de saúde, moradias, saneamento e prevenção a desastres climáticos;
– Esse plano precisa ser construído junto com a classe trabalhadora, organizada através de conselhos populares e executado por uma empresa municipal de obras públicas;
– Lutar pela redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem redução de salário. Proibir demissões injustificadas;
– Renda básica emergencial de 1 salário-mínimo para trabalhadores que estiverem desempregados;
– Esses trabalhadores têm que ter isenção das taxas de água e luz e suspensão de qualquer forma de despejo e passe livre no transporte público;
– Convocação dos aprovados nos concursos municipais das diferentes áreas, ampliação dos concursos e efetivação dos terceirizados;
– Expropriação de imóveis subutilizados para construção de moradias populares.
PRIVATIZOU PIOROU E A CONTA E O PREÇO AUMENTARAM!
Campanha pela reestatização das empresas privatizadas sob o controle dos trabalhadores! Fora ENEL, ÁGUAS do RIO E CCR BARCAS e etc! Estaremos na campanha contra as privatizações e reformas neoliberais que apontam o financiamento público mínimo ou zero para os trabalhadores e máximo e total para os grandes empresários. Defenderemos e nossa prefeitura fará campanha pela revogação da reforma trabalhista, da previdência. Faremos também campanha contra a reforma administrativa que acaba com a estabilidade no emprego de funcionários públicos.
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO
Com boa parte de seus rios canalizados, Niterói sofre com problemas relacionados a enchentes e deslizamentos. Apesar alto índice de tratamento do esgoto, o mesmo é despejado nos rios e lagoas da região e deságuam na Baía da Guanabara. Não são incomuns os eventos envolvendo mortandade de peixes nas lagoas de Piratininga e Itaipú. Niterói possui também, uma considerável área protegida por Unidades de Conservação. Além do Parque Estadual da Serra da Tiririca, há o Parque Natural Municipal de Niterói, o Parque Orla de Piratininga, a Praia do Sossego e outras áreas menores. Embora seja importante que haja delimitação de unidades de conservação de relevantes áreas de mata atlântica no município, é fundamental o controle social sobre o uso dessas áreas, para que tal designação seja usada de fato para fins de conservação, educação ambiental e estudo científico.
O capitalismo está mergulhando o mundo em uma catástrofe climática. Combater a destruição ambiental e conter a catástrofe deve ser uma prioridade em todas as esferas de governo. Defendemos:
– Grande programa de obras públicas (com uma empresa municipal de obras) para que 100% do esgoto seja coletado e tratado;
– Emissário submarino para que o esgoto (já tratado) seja despejado em alto mar, longe das áreas costeiras e estuarinas;
– Punição para empresas que despejam rejeitos industriais nos corpos d’água de forma irregular e ressarcimento ao Estado dos danos ambientais já provocados;
– Estatização, sob controle dos trabalhadores, das empresas poluidoras da cidade;
– Amplo programa de revitalização e despoluição da Baía da Guanabara. Este programa deve ter uma abrangência estadual ou mesmo federal, mas, certamente, o poder municipal pode e deve exercer um papel ativo;
– Realizar um estudo para dimensionar a demanda de guardas florestais e funcionários gerais para administração e manutenção das UC’s (Unidades de Conservação) do município e realização de concurso público para sua contratação, com critérios que privilegiem a contratação de pessoal local;
– Parceria com UFF e escolas públicas do entorno para construção de programas de educação ambiental vinculados às UC’s, com critérios técnico-científicos;
– Demandar estudo junto ao IBAMA e ICM-Bio para detectar a necessidade de novas UC’s no município;
– Programa permanente de manutenção da rede de águas pluviais e rios canalizados a fim de se aumentar a área de escoamento evitar enchentes. Programa deve ser permanente, o que implica concurso público para contratação de pessoal especializado.
– Criação de um conselho popular de Meio Ambiente, do qual façam parte os povos tradicionais, para gerir as áreas de conservação e deliberar sobre normatização de uso do solo no município. As secretarias de urbanismo, meio ambiente e saneamento estarão subordinadas a este conselho.
– Programa de construção de moradias dignas e seguras para população que vivem em áreas com risco de deslizamentos. Não queremos novos Morros do Bumba! Para isso, expropriar prédios sem uso no centro da cidade e em outros bairros, que servem apenas à especulação imobiliária;
– Construção do Centro de Memória às Vítimas dos Deslizamentos. Lembrar para que não se repita;
– Sistema de transportes eficiente e de massas e com tarifas reduzidas (estação de barcas e metrô) – reduzindo a emissão de poluentes atmosféricos;
– Ampliação do sistema de alerta a desastres naturais, como enchentes e deslizamentos, associado à ampliação da rede de estações meteorológicas;
– Mapeamento dos riscos associados a desastres naturais em todos os espaços urbanos, a partir de critérios técnicos e da escuta da comunidade;
– Construção um plano de evacuação em eventos extremos, com orientações claras para que as pessoas saibam para onde se deslocar com segurança e quais medidas adotar durante esses eventos;
– Programa de treinamento da população local das áreas de risco, que oriente a forma correta de interpretar os alertas, reagir em caso de emergência e pontos de abrigo existentes;
– Integração das escolas e unidades de saúde ao sistema de resposta a eventos extremos.
COMBATE AO MACHISMO E À LGBTFOBIA
O Dossiê de LGBTIfobia Letal denunciou que durante o ano de 2023 ocorreram 230 mortes LGBT de forma violenta no país. Dessas mortes 184 foram assassinatos. Ou seja, o Brasil matou um LGBT a cada 38 horas no ano de 2023[3].
A violência contra a mulher também segue avançando. Ao todo, foram registradas 3.181 mulheres vítimas de violência, representando um aumento de 22,04% em relação a 2022. Os dados monitorados apontaram 586 vítimas de feminicídios. Isso significa dizer que, a cada 15 horas, uma mulher morreu em razão do gênero, majoritariamente pelas mãos de parceiros ou ex-parceiros (72,7%)[4].
O Painel do Relatório de Transparência Salarial aponta que s mulheres ganham 19,4% a menos que os homens no Brasil, demonstrando que a igualdade salarial não é uma realidade para mulheres trabalhadoras. A taxa de desemprego da população LGBTQIAP+ chegava a 40%, elevando-se a 70% no subgrupo de transexuais e travestis, contra 14% da população em geral [5].
Em meio a este cenário, a extrema direita tenta retroceder ainda mais os direitos reprodutivos com o bizarro PL 1904, que ficou conhecido como PL do estupro. O projeto propõe a proibição do aborto a partir de 22 semanas de gestação, mesmo nas situações atualmente previstas por lei (estupro, anencefalia ou risco de morte para a gestante). Além disso, eleva a pena de prisão para mulheres que realizarem o procedimento para até 20 anos. Para se ter uma ideia do absurdo, a pena máxima para o crime de estupro hoje é de 10 anos.
O combate às opressões é uma prioridade no programa socialista. Precisamos combater as ideologias que dividem a classe trabalhadora, ao mesmo tempo, avançar em condições materiais para esses seguimentos. Defendemos:
– Aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha: campanhas contra a violência machista e LGBTfóbica, mais delegacias especializadas (24h por dia e 7 dias por semana), casas abrigo e assistência psicossocial e jurídica para as vítimas de violência.
– Avançar no combate à dupla jornada de trabalho: lavanderias públicas, restaurantes comunitários e centro de atenção aos idosos, garantidos pela prefeitura.
– Lutar pela igualdade salarial entre mulheres e homens.
– Lutar pelo direito à maternidade/paternidade digna: ampliação da licença maternidade e paternidade, com estabilidade no emprego e auxílio para as mães desempregadas, creches e escola em tempo integral para todos os filhos e filhas das mulheres trabalhadoras.
– Não ao PL 1904! Descriminalização e legalização do aborto: educação sexual para decidir, contraceptivos para não engravidar, aborto legal, seguro e gratuito para não morrer, fortalecer os serviços de assistência ao aborto legal.
– Combate à LGBTfobia e ao machismo como tema transversal nas escolas do município.
VIOLÊNCIA E COMBATE AO RACISMO
Niterói é uma cidade fortemente marcada pela segregação racial e social, ou seja, os altos índices de renda e qualidade de vida não são para todos. A população preta e pobre se concentra nas favelas, com piores condições de moradia, saneamento, transporte e acesso a serviços públicos. Um estudo elaborado grupo Nexo, com dados do IBGE de 2019 apontou Niterói como a cidade de maior segregação racial do país [6].
A polícia em Niterói é responsável por 82% [7] dos homicídios de pessoas negras. Os governos capitalistas, que são a favor da manutenção da desigualdade e da exploração dos trabalhadores, que aplicam o projeto neoliberal e usam a maior parte do dinheiro público a favor dos ricos, bilionários, dos burgueses, propõem a segurança das armas, com mais polícia na rua. Nós socialistas consideramos que a solução para o problema da violência é garantir empregos, salários, boa educação, saúde e serviços públicos para a população. A má qualidade de vida, o desemprego, os péssimos salários, a falta de educação e saúde são as raízes da violência. Mais polícia na rua só aumenta a violência, com morte de pobres nas comunidades e de policiais, que vêm da classe pobre e trabalhadora em sua grande maioria.
Essa chamada guerra às drogas só tem servido para matar e corromper policiais e massacrar pretos pobres nas periferias e favelas. O uso abusivo de drogas não é um caso de polícia e sim de saúde pública. Dependente químico precisa de tratamento e não de tiro da polícia.
Defendemos um programa socialista para a segurança pública:
– Pelo fim do encarceramento em massa e da criminalização da juventude negra;
– Travar um debate na sociedade pela desmilitarização das polícias. Precisamos de uma polícia comunitária, com comando eleito pelos moradores de cada bairro e comunidade e com mandatos revogáveis;
– Legalizar e descriminalizar as drogas para pôr fim à violência e à criminalização da juventude pobre. Tratar o consumo de drogas como uma questão de saúde pública;
– Pelo direito pleno de sindicalização para a polícia e a guarda municipal. Pelo direito do policial/guarda se recusar a cumprir ordens superiores que violem os direitos humanos.
– A guarda municipal não pode ser usada para reprimir trabalhadores e movimentos sociais.
CULTURA E ARTE
A maioria dos equipamentos culturais de Niterói e os mais bem equipados estão concentrados na região do Centro e das Praias da Baía, justamente onde está concentrada a população com maior renda. Ou seja, a desigualdade também se expressa no direito à cultura.
Queremos cultura e arte acessíveis a todos. Defendemos:
– Incentivo à construção de cineclubes e salas populares de cinema;
– Promover a construção de bibliotecas nos bairros e comunidades;
– Valorização das bibliotecas escolares. Concurso público para bibliotecário de modo que haja 1 bibliotecário por turno;
– Construção de editora municipal, em parceria com a UFF, que valorize prioritariamente a produção literária de Niterói.
VERBAS PÚBLICAS PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS
O PIB per capita de Niterói está em R$128.333,01 (IBGE 2021). Isso representa o valor de recursos para cada pessoa da população. Dinheiro tem, mas o dinheiro não está sob o controle dos trabalhadores. O PSTU é contrário a toda essa situação e defende o não pagamento das falsas dívidas públicas de Niterói com os banqueiros. Aumento de impostos para os grandes empresários e redução para os trabalhadores. Expropriação dos grandes grupos econômicos. Financiamento e organização de verbas sob o controle dos trabalhadores e dos Conselhos Populares, para garantir as necessidades dos trabalhadores. CONSELHOS POPULARES: A cidade de Niterói, o Estado do Rio de Janeiro, o Brasil e o sistema capitalista têm uma dívida com os trabalhadores! Há uma profunda insatisfação da população com os governos e o regime político e nesse contexto um enorme anseio de mudanças profundas na sociedade e nas cidades. Mas para isso é preciso uma alternativa aos patrões e seus aliados nos governos municipal de Axel Grael, estadual de Cláudio Castro, federal de Lula e, mais ainda contra a ultradireita, pois nenhum deles defende os trabalhadores, mas sim os interesses dos grandes empresários, dos ricos e poderosos. Os trabalhadores só podem confiar em sua própria força, sua organização e mobilização. É preciso fortalecer uma alternativa política que se coloque como Oposição de Esquerda, Socialista e Revolucionária. O PSTU defende uma política que atenda às necessidades da população e que a população de fato exerça o poder político na cidade através da formação de Conselhos Populares, com políticas públicas que vão transformar a realidade da cidade.
EM DEFESA DO SOCIALISMO e NÃO À CONCILIAÇÃO DE CLASSES
Nenhuma confiança em candidaturas e partidos que dizem defender os trabalhadores, mas na prática conciliam com as políticas e interesses dos grandes empresários, dos governos e dos corruptos. Diz o dito popular que “quem paga a banda, escolhe a música”. Por isso, o PSTU é um partido independente dos governos e empresários, que se auto-sustenta através das contribuições voluntária de seus militantes e simpatizantes. Defendemos e vamos fazer junto com os trabalhadores e trabalhadoras uma revolução socialista na cidade, no Brasil e em todo mundo para juntos para garantirmos o atendimento das necessidades dos trabalhadores e das trabalhadoras num mundo sem fronteiras, um mundo socialista.
NOTAS
[1] Pesquisa “A Incidência do Racismo sobre a Empregabilidade da Juventude em Niterói e São Gonçalo”, desenvolvida pela Bem TV-Educação e Comunicação em parceria com a Faculdade de Estatística da UFRJ (dados de 2019).
[2] Relatório elaborado pela Sala de Situação de Saúde e pela Secretaria municipal de Assistência Social e Economia Solidária com dados do CadÚnico.
[3] Dossiê “LGBTfobia Letal”, organizado pelo Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil.
[4] Relatório “Elas Vivem: Liberdade de ser e viver”, publicação da Rede de Observatórios da Segurança.
[5] Dados do “Painel do Relatório de Transparência Salarial”, iniciativa do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério das Mulheres.
[6] Niterói lidera ranking nacional da segregação racial. Autores: Daniel Mariani, Murilo Roncolato, Simon Ducroquet e Ariel Tonglet. <https://qualperfil.pluriverso.online/niteroi-lidera-ranking-nacional-da-segregacao-racial/#:~:text=Com%20a%20s%C3%A9tima%20coloca%C3%A7%C3%A3o%20nacional,BemTV%20e%20o%20Instituto%20de>
[7] Mapa da Desigualdade. https://casafluminense.org.br/mapa-da-desigualdade/: