
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reagiu nesta terça-feira (2) à decisão da federação formada por União Brasil e PP de romper com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em publicação nas redes sociais, Gleisi disse que respeita a posição das legendas, mas ressaltou que quem permanecer precisa ter compromisso com as pautas defendidas pelo governo.
“Respeitamos a decisão da direção da Federação da UP. Ninguém é obrigado a ficar no governo. Também não estamos pedindo para ninguém sair”, disse a ministra.
“Mas quem permanecer deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende, como justiça tributária, a democracia e o estado de direito, nossa soberania. Precisam trabalhar conosco para aprovação das pautas do governo no Congresso Nacional”, completou.
“Isso vale para quem tem mandato e para quem não tem mandato, inclusive para aqueles que indicam pessoas para posições no governo, seja na administração direta, indireta ou regionais”, concluiu a ministra.
Respeitamos a decisão da direção da Federação da UP. Ninguém é obrigado a ficar no governo. Também não estamos pedindo para ninguém sair.
Mas quem permanecer deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende, como justiça tributária, a…— Gleisi Hoffmann (@gleisi) September 2, 2025
A decisão foi anunciada pelo presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Os dirigentes determinaram que filiados que ocupam cargos no Executivo devem se desligar, em movimento que amplia a pressão sobre a base aliada.
Entre os atingidos estão Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte), que vinham defendendo permanecer no governo. A direção das legendas, no entanto, deixou claro que, caso não se desligassem, poderiam ser expulsos das siglas.

Ministros considerados parte da cota do União Brasil, mas sem filiação partidária, devem ser preservados. É o caso de Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e de Frederico Siqueira (Comunicações), ambos ligados ao senador Davi Alcolumbre (União-AP).
O futuro do presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, também é incerto. Ele é visto como indicação do deputado Arthur Lira (PP-AL), aliado central do governo, mas os presidentes do União e do PP não se manifestaram sobre sua situação.
Na postagem, Gleisi reforçou que a cobrança de lealdade não se restringe a parlamentares, mas também a indicados para cargos em diferentes esferas do governo. A ministra citou como prioridades a aprovação de projetos relacionados à justiça tributária, à democracia e ao fortalecimento do estado de direito.
A saída coincide com o julgamento da trama golpista de 2022 no Supremo Tribunal Federal (STF), processo que amplia a tensão política em Brasília. O governo avalia agora como recompor a base no Congresso para garantir apoio às pautas econômicas e sociais que dependem de votação ainda neste semestre. A expectativa é de negociações com partidos de centro e com bancadas temáticas.