A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) preparou para esta semana de carnaval a cerimônia de lançamento da Campanha da Fraternidade, que em 2025 irá trabalhar a “Fraternidade e Ecologia Integral”. A escolha do tema foi inspirada na COP 30, que será realizada no final deste ano em Belém (PA), mas principalmente na Carta Encíclica Laudato Si, uma publicação do Papa Francisco que defende o cuidado com o meio ambiente e com as pessoas.
De acordo com a CNBB, o objetivo geral da Campanha deste ano é promover, em espírito quaresmal e em tempos de crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra. Isso mostra como o comando de Francisco tem se aproximado a Igreja Católica das necessidades do povo e das questões contemporâneas, mas também como a Confederação Nacional dos Bispos se alinha com o Vaticano, com os direitos e anseios dos brasileiros.
Não por acaso, o Papa Francisco tem sido grande influência para o meu mandato, uma vez que compartilhamos dos mesmos valores cristãos e faltou pouca coisa sobre o meio ambiente e a sustentabilidade na análise do santo padre. A Encíclica Laudato Si por exemplo, se tornou praticamente um manual para o desenvolvimento sustentável no mundo e o Papa, assim como a CNBB, parecem entender a crise climática como uma das faces de uma grande crise ética da humanidade, leitura que eu também faço.
Mas o Papa vai além, compartilhando com este que vos escreve a ideia de que o Planeta é a nossa casa comum e que cabe a nós, em sociedade, cuidar dele. Também comungamos do entendimento de que o ser humano faz parte do ambiente no qual está inserido e do qual depende para viver. É claro que muitos religiosos pensam diferente e se nem o Papa é unanimidade dentro da igreja, os programas sociais de qualquer governo, bem como as políticas públicas de enfrentamento a crise climática também enfrentam resistência. Cabe a nós, que entendemos como tudo está conectado, defender o meio ambiente e a vida.
Nilto Tatto é deputado federal (PT-SP)
