O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) no Japão. Foto: Reprodução

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), conhecido por discursos agressivos nas redes sociais, votou para derrubar o veto que impedia o aumento das tarifas de energia elétrica. A decisão, que favorece distribuidoras do setor, foi tomada enquanto o parlamentar estava no Japão, conforme revelou o jornalista Reinaldo Azevedo.

Nas redes, o silêncio e o sumiço causaram estranhamento até entre seus apoiadores.

Logo após a votação, o Instagram de Nikolas foi invadido por críticas. “Parabéns, deputado, agora nossa conta de luz vai subir, graças a você!”, escreveu uma seguidora. Outro usuário, que se identificou como eleitor de direita, questionou: “Votou para aumentar a luz dos pobres?”. Mensagens também lembraram outras decisões do deputado: “Votou a favor do fundão e agora ajuda a enfiar mais aumento na conta de luz. Contra o povo, como sempre”.

Diante da reação negativa, o gabinete de Nikolas emitiu uma nota afirmando que houve “erro material no preenchimento da cédula” e que o voto teria sido computado “de forma equivocada”. A justificativa padrão, amplamente usada por parlamentares quando são pressionados, só veio depois da onda de críticas.

O veto barrado previa evitar um repasse bilionário para as distribuidoras de energia, medida que agora poderá ser diretamente cobrada dos consumidores. Com a derrubada, abre-se espaço para que custos e encargos sejam adicionados à conta de luz paga pela população — especialmente os mais pobres, que sentirão os efeitos com mais intensidade.

Reinaldo Azevedo destacou ainda outra votação de Nikolas Ferreira feita durante sua estadia no Japão. Dessa vez, o deputado apoiou um veto do presidente Lula que barrava a concessão de indenização vitalícia a vítimas do vírus zika, sob a justificativa de ausência de indicação da fonte de custeio. No entanto, após o voto alinhado ao governo, Nikolas alegou novamente que havia se enganado.

Segundo o jornalista, o veto também tratava de indenizações para vítimas de chikungunya, e o argumento usado pelo Executivo era apenas técnico: não apontava de onde sairia o dinheiro. “Ele votou pela manutenção do veto e depois disse: ‘me enganei, votei sem querer’. É que ele não estava muito atento. Esse negócio de votar à distância confunde”, ironizou Azevedo.

O colunista também apontou a falta de transparência em relação à viagem de Nikolas ao Japão. Tentativas de obter informações com a assessoria do parlamentar não tiveram retorno, o que levantou ainda mais dúvidas. “Não sei se ele está em missão oficial. A turma dele não informou. Agora, ainda que esteja, poderia ter avisado. Nas redes, não tem nada”, observou.

 

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Last Update: 19/06/2025