O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e os deputados Eduardo Bolsonaro (PL) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Foto: Reprodução

Em meio à crise gerada pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) intensificou seus ataques — inclusive contra aliados do próprio campo bolsonarista.

O “bananinha” voltou a mirar no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), contrariando um pedido do pai, Jair Bolsonaro (PL), para cessar as críticas. Também disparou contra Romeu Zema (MG), senadores da direita, Nikolas Ferreira (PL-MG) e chegou a dizer que os presidentes do Senado e da Câmara poderiam sofrer sanções dos EUA.

Os alvos de Eduardo

Tarcísio de Freitas

A insatisfação com Tarcísio cresceu após Eduardo criticar a permanência do deputado estadual Guto Zacarias (União-SP), ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), como vice-líder do governo na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A alfinetada foi dada após uma trégua a pedido do ex-presidente.

“Por que o Tarcísio mantém como vice-líder uma pessoa do MBL, um grupo que defende a minha prisão, a prisão de meu pai, a prisão de jornalistas exilados, gente que ficou anos sem ver os filhos como o Allan dos Santos?”, escreveu o deputado.

A reação ocorreu após a divulgação de um vídeo no qual Guto Zacarias afirma ser possível criticar o presidente Lula (PT), Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “sem ter medo de ser chamado de vendido, traidor ou isentão”.

Romeu Zema

Romeu Zema entrou na mira após dizer que Eduardo havia “criado um problema” para a direita com a crise diplomática.

O filho “03” de Bolsonaro rebateu, afirmando que Zema integra uma “turminha da elite financeira” e só se manifesta quando seus interesses são afetados: “Enquanto são pessoas simples e comuns as vítimas da tirania, não há problema. Mas mexeu com a sua turminha da elite financeira, daí temos o apocalipse para resolver”.

Nikolas Ferreira

O “bananinha” reclamou da falta de apoio do deputado federal no episódio da tornozeleira eletrônica imposta a Bolsonaro e ainda disse que o mineiro não se engaja o suficiente na campanha contra Alexandre de Moraes organizada nos EUA.

Alcolumbre e Hugo Motta

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (foto), e da Câmara, Hugo Motta, também foram alvos. Segundo o deputado, os parlamentares poderiam sofrer sanções dos EUA se não atuarem por pautas bolsonaristas. A declaração foi feita durante entrevista, na sexta-feira (25), ao programa Oeste com Elas, transmitida pelo YouTube.

“O Davi Alcolumbre não está nesse estágio ainda, mas certamente está no foco do governo americano. Ele tem a possibilidade agora de não ser sancionado e não acontecer nada com o visto dele, se ele não der respaldo ao regime. E também o Hugo Motta, porque na Câmara dos Deputados tem a novidade da lei da anistia”, disse o deputado. “Se o Brasil não conseguir pautar a anistia e o impeachment do Alexandre de Moraes, a coisa ficará ruim.”

Senadores

O deputado também desautorizou publicamente a missão de oito senadores brasileiros, incluindo os ex-ministros de Bolsonaro Tereza Cristina (Agricultura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), que embarcaram para os EUA para negociar o tarifaço de Trump. A iniciativa, segundo ele, seria um “gesto de desrespeito” ao ex-presidente americano.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 26/07/2025