Em outras oportunidades, já demonstramos aqui neste Diário que, para o jogador brasileiro Neymar Jr., vale a máxima “preso por ter cão, preso por não ter cão”.
Há quem ignore a realidade, mas a quantidade de artigos, comentários, análises, reportagens contra o principal jogador brasileiro é muito grande. Se compreendemos que a imprensa é um grande monopólio capitalista, a serviço do imperialismo, então deveríamos no mínimo olhar com suspeita o fato de que tantos órgãos se dedicam a atacar Neymar. Normal não pode ser.
Neymar faz festa? “Preso por ter cão”: é um irresponsável, farrista, que não leva a sério o esporte. Os que criticam Neymar por isso esquecem que os principais jogadores brasileiros da história, com raríssimas exceções, eram farristas profissionais.
E, ao mesmo tempo que ele é acusado de ser um irresponsável, “preso por não ter cão”: Neymar seria um jogador “nutela”, bom mesmo eram aqueles à moda antiga.
Neymar briga em campo? “Preso por ter cão”: é um briguento, descontrolado, não respeita os colegas de profissão etc. Neymar se comporta bem? “Preso por não ter cão”: bom mesmo era aqueles jogadores que saíam na mão em campo, que chutavam a canela, que xingava o juiz e os adversários.
Neymar nem precisa se preocupar. Qualquer coisa que ele faça, será considerada o mal do mundo.
Para piorar, ainda tem sua posição política, que realmente é horrível. E isso se transforma num ótimo motivo para a esquerda pequeno-burguesa, que odeia futebol, confundir o jogador com o cara que não tem a menor ideia do que está defendendo. E assim, todos, esquerda, direita e extrema direita, se juntam para avacalhar o principal jogador brasileiro e, logicamente, de tabela, a Seleção Brasileira e o futebol brasileiro.
Sim, porque, “preso por ter cão, preso por não ter cão”, não vão achando vocês que Neymar, simplesmente por apoiar Bolsonaro, tem a simpatia dos bolsonaristas. O bolsonarista tiozão padrão, aquele que gosta de ver futebol europeu e dar opinião idiota na mesa do bar e no almoço de família, também não gosta de Neymar.
A sanha de criticar o jogador é tão grande que nos deparamos com um fenômeno novo: o jogador que não joga ser declarado como principal culpado da derrota do time. Neymar está lesionado? Não importa, o que importa é encontrar uma maneira de reafirmar sua vilania, sua culpa de todo o mal que acontece no Brasil, seja no futebol, seja na política. Quem sabe, ainda, não seja Neymar também o culpado pela catástrofe no Rio Grande do Sul… houve que esboçou algo nesse sentido.
O Brasil foi desclassificado da Copa América, o que realmente foi uma desmoralização. Perder faz parte do futebol, mesmo para a melhor seleção do mundo.
Mas de repente, o jogador que nem estava lá virou o culpado da derrota.
Isso revela aquilo que sempre falamos. Essa insistência em criticar Neymar não é gratuita. Bobo é quem acredita nisso. Há um interesse que passa muito longe das posições políticas de Neymar, de seu comportamento A, B ou C, ou se ele é milionário, tem jatinho, trai a mulher etc.
A questão não é nada disso, a não ser que acreditemos que a imprensa capitalista tornou-se a grande defensora dos valores morais da humanidade. O problema é que atacar Neymar é atacar o futebol brasileiro, é atacar nossa cultura, é desmoralizar o brasileiro naquilo em que ele sente maior orgulho.
E o interesse é claro: a dominação econômica do imperialismo sobre o nosso futebol.
Trouxa é quem não entende isso e fica repetindo asneiras contra Neymar e o futebol brasileiro. O que me consola é que, como sempre, demore mais ou demore menos, sempre provamos ser os maiores e melhores do mundo.