A presença militar e as atividades expansionistas de Israel no sul da Síria têm se intensificado nas últimas semanas, com avanços na região do Golã ocupado e nos arredores de Quneitra. Enquanto forças da ocupação israelense retiravam-se parcialmente da área da barragem de al-Raqad, próximo a Saida al-Golan, a redistribuição militar para posições estratégicas, como Tel al-Saqi, demonstra a intenção de consolidar o controle sobre recursos hídricos e territórios no sul da Síria.
Simultaneamente, equipamentos avançados de comunicação foram instalados no Jabal Qurs al-Nafl, próximo à cidade ocupada de Majdal Shams, ampliando a capacidade de vigilância e controle de rotas de suprimento que ligam o Golã à fronteira libanesa. Algo que expressa a política de Israel de reforçar sua presença em territórios ocupados, incluindo a zona-tampão do Golã e áreas adjacentes, como a bacia do rio Yarmouk, região de grande importância devido aos recursos hídricos.
Visita de Netaniahu ao Monte Hérmon
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netaniahu, acompanhado de altos oficiais militares e de inteligência, foi, na última terça-feira (17), a postos avançados das forças de ocupação no Monte Hérmon. Acompanhado pelo ministro da Segurança, Israel Katz, Netaniahu destacou a importância estratégica do local, considerado um ponto crucial para monitoramento de ameaças ao Estado de Israel tanto no Líbano, relacionadas ao Hesbolá, quanto na Síria.
“O pico do Monte Hérmon é fundamental para observar ameaças no Líbano e em Damasco, garantindo a segurança das comunidades israelenses no Golã”, afirmou Katz, reforçando a intenção de Israel em fortalecer a ocupação criminosa na região. Katz ainda ressaltou que, mesmo em uma era de armas de longo alcance, manter o domínio de áreas elevadas continua sendo essencial para os objetivos militares israelenses.
Expansão de assentamentos no Golã
O governo israelense também anunciou planos de duplicar a população nos assentamentos ilegais no Golã, usando o pretexto da “guerra e do novo front contra a Síria”. Netaniahu declarou que a expansão dos assentamentos é essencial para fortalecer o controle de Israel sobre o território e assegurou que este permanecerá “israelense por toda a eternidade”.
Apesar de insistir que Israel não busca confrontos diretos com a Síria, Netaniahu reiterou a visão de que o país vizinho, sob a liderança de Bashar al-Assad, permitiu ações hostis contra Israel e apoiou o fornecimento de armas ao Hesbolá. Ele afirmou ainda que os recentes avanços israelenses destruíram capacidades que o regime sírio vinha construindo há décadas.
Condenação internacional
As ações de Israel no Golã e no sul da Síria configuram uma violação do acordo de separação de 1974, mediado pela ONU, segundo autoridades internacionais e os países vizinhos. No entanto, as movimentações israelenses deixam claro que o objetivo de longo prazo é consolidar o controle sobre o território ocupado, enquanto tenta enfraquecer a resistência e aprofundar a ocupação colonial na região.