O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou neste sábado (18) que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas não será implementado até que o grupo palestino forneça uma lista com os nomes dos reféns a serem libertados na primeira fase do acordo. A declaração dele ocorre um dia antes do início da trégua, previsto para este domingo (19).
O cessar-fogo será realizado em três etapas. Na primeira fase, Israel e Hamas devem trocar reféns e iniciar a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza. Contudo, Netanyahu reforçou que a implementação do acordo depende da entrega da lista dos 33 reféns israelenses sequestrados pelo Hamas em outubro de 2023.
A troca envolverá também a liberação de cerca de mil palestinos detidos em prisões israelenses. O premiê afirmou que Israel não tolerará violações do acordo e que, caso o Hamas não cumpra os termos, o país pode retomar as hostilidades.
“Se precisarmos voltar a lutar, faremos isso de forma renovada e contundente”, declarou Netanyahu, destacando o apoio dos presidentes Donald Trump e Joe Biden ao direito de Israel de reiniciar os combates, caso o acordo seja descumprido.
O acordo de cessar-fogo, que encerra um processo de negociação mediado por Estados Unidos, Egito e Catar, foi aprovado pelo governo israelense na sexta-feira (17) com 24 votos a favor e 8 contra.
No entanto, a ultradireita israelense, incluindo o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, expressou resistência ao acordo, alegando que ele coloca em risco a segurança nacional ao liberar prisioneiros palestinos, alguns com sentenças de prisão perpétua por crimes contra judeus. A trégua, que começa amanhã, ocorre em um cenário de intensa violência na Faixa de Gaza, com os últimos dias antes do cessar-fogo resultando em mais mortes de palestinos.
O acordo de cessar-fogo, apesar de ser visto como uma oportunidade para aliviar a tensão, também enfrenta desafios internos em Israel. O apoio a essa trégua tem gerado divisões dentro da coalizão governamental. Além de Ben-Gvir, outro membro do governo, Bezalel Smotrich, também anunciou que seu partido deixará a coalizão caso o cessar-fogo seja implementado.
Com isso, o governo de Netanyahu pode perder apoio na Knesset, o parlamento israelense. Ele, por sua vez, enfatizou que o cessar-fogo é apenas temporário e que os objetivos de guerra de Israel, que incluem a destruição das infraestruturas do Hamas, ainda precisam ser alcançados.
Ele também deixou claro que “a segurança de Israel continua sendo uma prioridade e que, se necessário, o país retoma a ofensiva militar. A primeira fase do cessar-fogo terá duração de seis semanas, mas o cenário político e as tensões internas podem impactar o andamento do acordo.
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