A guerra em Gaza não apenas teve um impacto devastador para o povo palestino, mas também sobre a economia, a democracia e a posição global, e a agenda do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pode fazer de Israel um pária internacional pelas próximas décadas caso não exista uma efetiva mudança de rumo.

A atual onda de violência começou com um ataque do grupo palestino Hamas contra israelenses em outubro de 2023, e até agora quase 50 pessoas seguem desaparecidas –  e mais de 62 mil palestinos foram mortos.

Contudo, “o que começou como uma resposta israelense existencial àquela atrocidade do Hamas degenerou em destruição em massa”, segundo os economistas Eran Yashiv, professor de economia da Tel Aviv University, e Daniel Tsiddon, professor emérito de economia da Tel Aviv University.

Em artigo no Project Syndicate, Yashiv e Tsiddon lembram que essa trajetória continua pois o governo de Netanyahu precisa disso para sua própria sobrevivência política, afetada por julgamentos de corrupção. Por isso, a extrema direita encontra espaço para defender ideias como a transferência em massa de palestinos de Gaza e da Cisjordânia.

“Líderes ocidentais não devem tratar as políticas de Israel em Gaza como “negócios como sempre”. Continuar apoiando o governo de Netanyahu é permitir um regime desonesto, mais parecido com a Rússia de Vladimir Putin do que com uma democracia ocidental”, destacam os articulistas.

Para os economistas, Israel está em uma encruzilhada: pode manter o extremismo que inevitavelmente vai levar a mais isolamento e declínio, ou então acatar a ideia de aliados e “reconquistar seu futuro democrático”.

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Last Update: 26/08/2025