As negociações indiretas entre Israel e o movimento islamita palestino Hamas com o objetivo de alcançar uma trégua e a libertação dos reféns na Faixa de Gaza começaram neste domingo 6, véspera de um encontro entre o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente americano, Donald Trump, em Washington.
“As discussões abordam os mecanismos de aplicação” de um eventual acordo e “a troca” das pessoas sequestradas na Faixa de Gaza por palestinos detidos em Israel, disse à AFP uma fonte palestina, segundo a qual as conversas tiveram início no Catar às 18h30 GMT.
O presidente Donald Trump disse que há “boas chances” de um acordo ser fechado nesta semana. Antes de embarcar para os Estados Unidos, o premier Benjamin Netanyahu indicou que sua reunião com Trump poderia “ajudar a avançar nesse resultado”.
O premier ressaltou que deu aos seus negociadores “instruções claras”: fechar um acordo que respeite “as condições” com as quais Israel concordou.
60 dias
Segundo fontes palestinas, a proposta apresentada ao Hamas inclui uma trégua de 60 dias, período em que o grupo libertaria 10 reféns israelenses ainda vivos e devolveria vários corpos, em troca da libertação de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Das 251 pessoas sequestradas em 7 de outubro de 2023 durante o ataque do Hamas em Israel, 49 permanecem em cativeiro em Gaza, 27 delas declaradas mortas pelo Exército.
As fontes afirmaram que o Hamas exige mudanças na proposta, incluindo uma melhoria no mecanismo de retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza, garantias de que os combates não serão retomados durante as negociações e que a ONU e organizações internacionais reconhecidas voltem a distribuir ajuda humanitária.
Além disso, o Hamas quer a reabertura do ponto de passagem de Rafah, na fronteira entre a Faixa e o Egito, que Israel controla desde maio de 2024, para permitir a retirada de feridos.
No Rio de Janeiro, onde abriu a reunião de cúpula do Brics neste domingo, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu que os países não permaneçam “indiferentes” ao “genocídio” de Israel em Gaza.
(Com informações de AFP)