Cartaz com os dizeres “Mantenham os imigrantes, deportem Trump” em protesto às vésperas da posse do americano em NY
Imagem: Jamil Chade/UOL

Milhares de norte-americanos foram às ruas neste sábado (18), véspera da posse de Donald Trump, em protestos que se multiplicaram por diversas cidades dos Estados Unidos. Esses atos reuniram ativistas de direitos humanos, movimentos feministas, grupos LGBT e defensores da causa imigratória em um alerta contra possíveis retrocessos promovidos pelo republicano.

Jamil Chade, do UOL, esteve em uma das manifestações em Nova York, onde faixas traziam dizeres como “Abaixo a oligarquia” e “Desobedeça, resista”. “Iremos às ruas e vamos protestar por quatro anos”, declarou um dos organizadores, enfatizando a determinação em manter a mobilização contínua.

Entre imigrantes da República Dominicana, Cuba e Equador, uma das vozes mais inflamadas foi a de Diego, neto de refugiados. “Meus avós saíram de seus países fugindo de ditadores. Eu não aceitarei que os EUA se transformem numa ditadura”, afirmou ao microfone, arrancando aplausos da multidão. Já a professora Sandra Allen, de Nova York, lamentou a “depressão” sentida por muitos ativistas: “Vamos precisar recolocar energia nessas pessoas”.

“Abaixo a oligarquia”, diz cartaz em protesto contra Trump em NY. Imagem: Jamil Chade/UOL

De acordo com organizadores dos protestos, a vitória de Trump, mesmo sem uma margem expressiva de votos populares —ele obteve 77,3 milhões contra 75 milhões de Kamala Harris—, gera preocupação adicional pelo fato de que os republicanos controlam o Senado, a Câmara dos Deputados e contam com maioria conservadora na Suprema Corte. Essa conjuntura, segundo os manifestantes, poderia facilitar um “desmonte de direitos”.

Grande parte da passeata foi formada por movimentos feministas que defendem os direitos reprodutivos e sexuais, temendo um impacto negativo sobre clínicas de aborto legal. Para Ximena Bustamante, uma mexicana que organiza ações de apoio a imigrantes, “os próximos meses serão difíceis”, exigindo a união de diferentes grupos para enfrentar as investidas contra minorias. “Os riscos são reais”, alertou.

O clima de indignação pôde ser notado em declarações como a de uma senhora que carregava um cartaz atacando o “fascismo”. “Não acredito que estou aqui de novo protestando contra essa merda”, desabafou. Enquanto isso, símbolos irreverentes —como escovas de banheiro transformadas em réplicas da cabeleira de Trump— se somavam às críticas diretas contra “oligarcas”, em uma mostra da resistência que promete tomar as ruas nas próximas semanas.

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Last Update: 18/01/2025